○10. - Borboletas de Olivia

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(Júlia na imagem abaixo)

— Estou vendo que seu irmão já contou tudo o que queria saber

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— Estou vendo que seu irmão já contou tudo o que queria saber.

Depois da conversa com Ivan e Júlia, Alex fora levada por eles a uma sala no andar de cima. Luz natural entra pelas janelas com vidros sujos.

Gabriel conversava com meia dúzia de pessoas, mas ao ouvir a porta abrir, mergulham-se todos em silêncio.

— E então? - Gabriel insiste na pergunta;

— Não tudo. - Ela responde.

Olha ao redor. Uma mesa dispõe-se no centro da sala, com cadeiras ao lado, mas ninguém sentado. Alex observa os outros integrantes do recinto e reconhece com desgosto o rosto familiar de Levi. Mais duas mulheres e outros três homens desconhecidos até então, dois deles com o mesmo rosto.

Ivan e Júlia permanecem na sala, e parece que uma conversa ainda mais intensa está para começar. Ela se prepara.

— O que está acontecendo aqui? - Ivan questiona. Os outros evitam encontrar seu olhar, como se o tivessem traído.

— Eu acabei de decidir a minha equipe para a operação, Ivan. - Gabriel se apoia na mesa e cruza as pernas. Está claro quem manda ali. - Não achou que fosse junto, não é? Mal consegue ficar em pé. Inclusive, puxe uma cadeira...

— Não quero sentar, obrigado. - Diz, fazendo birra como uma criança. Sinceramente, ele ainda não havia pensado sobre isso.

— E quanto a mim? - Júlia questiona. - Eu estou ótima! Eu... Eu sou a líder. - Essa última palavra saiu quase como um cochicho. - Ninguém nunca foi lá para fora sem mim.

— E eu agradeço, Júlia. Você é quem eu mais confio para estar na liderança, inclusive. Por isso, preciso que fique aqui e me ajude. Cutucamos o formigueiro ontem à noite.

Ela fica boquiaberta, mas mantém a postura.

— Entendam, nunca fizemos isso. Nunca arriscamos nossa pele como vamos arriscar agora. Eu estou colocando o nosso na reta e enviando os meus melhores homens, portanto, não discutam. Tenho pensado muito. Inclusive, eu mesmo irei ficar.

A sala mergulha novamente no silêncio. Alex tenta montar as frases como em um quebra-cabeça, não chegando a lugar nenhum.

— Sabe porque está aqui, Alex? - Gabriel pergunta, mais rígido do que das outras vezes que falara com ela.

Os olhos da garota percorrem a sala inteira. Todos a olham.

— Não. Não faço ideia. Sei que precisam de mim.

— Precisamos. Seu irmão contou o que você perdeu nos últimos anos, suponho.

Ela concorda com a cabeça.

— Muito bem, prepare-se para ficar pior.



Depois da RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora