○7. - Para Fora

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(a ilustração do capítulo foi feita por mim - Ivan)

(a ilustração do capítulo foi feita por mim - Ivan)

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Seus olhos azuis estão mais cansados, mas o sorriso em seu rosto é o mesmo. Está sujo, talvez propositalmente, com o redor dos olhos pintados com uma tinta escura.

Alex solta o ar com tanta força que se sente dez quilos mais leve. Não compreende o que está sentindo. Uma mistura de confusão e alívio, felicidade e raiva. Ela deixa as lágrimas rolarem por seu rosto e leva as duas mãos à boca, abafando um soluço.

Ivan abre os braços, e ela corre de encontro ao irmão que achava até então estar morto há sete anos. Ele a envolve com os braços, matando a saudades e deixando que suas lágrimas também saiam.

Se afastam para olhar um no olho do outro.

— Como você cresceu... - Ele diz.

Alex não consegue falar. Apenas sorri e toca os ombros do irmão, como se quisesse ter certeza de que aquilo não era um sonho ou, de algum modo, uma piada de mal gosto.

— O que...? Onde esteve? Por que...?

— Eu tenho muito a te contar, mas primeiro temos que sair daqui.

— Como assim sair daqui? - Ela ri do que acredita ser uma piada.

— Não estou brincando, Alex. Isso não é o que você pensa.

Ela o olha com confusão, seu sorriso se desmanchando.

— O que quer dizer?

Ele não responde, apenas pega o punho esquerdo da irmã e olha a contagem. Faltavam quatro minutos.

— Rico? - Ele sussurra para a escuridão.

Alex não entende, até ver o homem alto que a trouxera lá em primeiro momento. Ricardo se aproxima deles a passos largos e apressados. Dá um aceno de cabeça como se cumprimentasse a garota.

— Vou mostrar o caminho. Me sigam. - Diz.

Ele segue em direção à extremidade do setor D a passos largos e rápidos, e Ivan o segue sem perguntas. Alex os vê se afastarem cada vez mais e tem que correr para alcançá-los. Está extasiada demais para fazer perguntas.

— O caminho para onde? - Finalmente consegue formular, pescando uma das perguntas que massacram sua mente.

— Para fora. - Ivan diz, e Alex para bruscamente. Quando vê que ele não vai parar, o puxa pelo cotovelo.

— Como assim "para fora"? Você só pode estar brincando, né? Esse é o lugar mais seguro em que poderíamos estar! Eu converso com alguém, a gente arruma um lugar para você! Quer dizer, é óbvio que eu não vou sair daqui agora, você está aqui...

— Olha, Alex...

— Conte para ela. - diz Ricardo. - Ela não vai segui-lo até você contar.

Depois da RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora