○31. - Início de Uma Jornada

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(Rafael na imagem abaixo)

A noite gradativamente transforma-se em dia

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A noite gradativamente transforma-se em dia.

Os seis sobreviventes têm a mesma sensação física - esgotamento. Cada um encostado em seu canto, dormem com o chacoalhar do trem os embalando como se tudo tivesse sido um sonho ruim. Menos Maia.

De uma das portas escancaradas, ela vê a cidade se afastando. Tenta deixar com ela as lembranças tristes. Assim que adentram a floresta, encobertos pelas árvores, a garota se levanta e ruma em direção à Eduardo, que habilmente manuseia os comandos do painel.

Parada da porta, ela observa Lídia dormindo. O garoto Miguel ao seu lado. Ela repara em como a menina é bonita. Deve ter a idade semelhante a dela, talvez mais velha.

Eduardo percebe estar sendo observado.

— Tudo certo? - Ele pergunta, um sorriso jovial no rosto, como alguém que acabara de driblar a morte.

— Tenho perguntas. - Ela diz.

— E não temos todos? - Ele volta a encarar os trilhos. - Sente-se aí, garota. Ainda não sei seu nome.

—É Maia. - Ela senta-se no piso ao seu lado.

— Bonito nome.

Maia força um sorriso.

— Ok, Maia, o que tirou seu sono?

Ela respira fundo, pensando em que assunto tocar primeiro, apesar de ser bem óbvio.

— Como... Como caralhos estamos andando em um trem?

Eduardo solta uma gargalhada.

— Fico feliz que tenha perguntado.

— Há exatos vinte anos da minha vida eu fui maquinista de trem. Já fui pra tudo o quanto é lugar.

— Ok, isso explica você saber andar com um trem, mas...

— Mas eu também dei muita sorte de ter o Gael na minha equipe.

— Gael? - Ela olha para o interior do trem. O garoto estala os dedos das mãos, a cabeça apoiada distraída em um assento.

— Sim. Quando nos encontramos nessa sinuca de bico, decidimos começar um projetinho pessoal. A gente saía todas as noites pelo bueiro da estação e trabalhava nisso aqui.

Vendo que não estava dando as respostas que a garota queria, apressou-se a falar.

— Bom, pegamos apenas três vagões. Um espaço pequenininho, consideravelmente fácil de trabalhar. Gael era um excelente estudante de engenharia elétrica antes dessa merda toda.

"Uma noite, conversando, ele me disse que andou em um trem na Argentina movido basicamente de energia solar".

Maia começa a entender onde ele quer chegar, impressionada.

Depois da RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora