○45. - Setor B

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(ilustração - Alex)

Rafael está logo acima da porta do laboratório Alaska. Pela saída de ar têm a visão perfeita dos soldados que fazem a ronda, tentando insistentemente levá-la ao chão. Ele calcula. Há mais do que seu campo de visão o permite contar.

Enquanto pensa no máximo de estratégias que consegue para tirá-los de lá, sua solução chega. Com um susto, a porta se escancara. Um objeto em chamas é jogado no corredor, causando um impacto estrondoso, explodindo todos ao redor.

Maia sai com a arma em mãos, exterminando os que insistem em manter-se em pé com precisão.

Vê uma movimentação acima de sua cabeça. Aponta a arma diretamente para a saída de ar.

— Sou eu, sou eu! - Rafael desce da mesma, atordoado, deixando a grade cair no chão e indo também ao encontro do mesmo.

— Cacete! O que está fazendo aqui? - Cauã pergunta, o levantando pelo cotovelo com um puxão.

Rafael, ainda tentando recuperar-se do impacto da bomba, demora um instante antes de responder.

— Vim ajudar vocês.

Maia ri, esquecendo-se da situação de risco em que se encontram.

— Agradecemos, mas temos que dar o fora daqui. - Lucas sai de dentro da sala carregando um garoto semiconsciente em um dos braços. Gael o ajuda.

— Onde estão os outros?

— Espero que longe.

Rafael concorda rapidamente com a cabeça. Anota mentalmente as perguntas para depois.

— É, vamos sair daqui. Vão na frente, a gente dá cobertura. - Diz, já com a arma em mãos, indicando o caminho para os que carregam o garoto empalidecido.

Cauã abre o caminho para eles, com destreza. Lucas e Gael seguem praticamente arrastando o menino no encalço, e Maia e Rafael fazem a cobertura dos três desarmados. A saída não está longe, eles sabem, mas não podem baixar a guarda agora.

A cabeça de Maia voa da situação em que se encontram, lutando por suas vidas, para Naomi e Levi, e principalmente para Alex e Nic. Espera que os amigos estejam bem.

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— Ok, qual o plano? – Naomi pergunta à Rico, os três prostrados no batente da porta enquanto aguardam alguma deixa.

— Plano? – O mais velho olha para ela com as sobrancelhas arqueadas, como se a garota acabasse de fazer a pergunta mais idiota que já ouvira. – A gente não precisa de um plano. Precisamos só chegar àqueles elevadores.

— Vão nos matar assim que colocarmos os pés fora daqui. – Levi comenta.

— Alguma sugestão? – O pai pergunta.

— Sem outras entradas? – Naomi não se conforma.

— As escadas por onde eles estão vindo. Não acho uma boa, menina.

Os três encaram-se em silêncio.

— Ok, garotos, eu estou todo fodido. – Rico comenta, abrindo os braços como se estivesse se rendendo ao destino. – Vou tirar eles de perto da porta, vocês se viram a partir dali.

— Não. – Levi nem ao menos o deixa terminar. – Claro que não.

— Não estou pedindo, Levi, estou mandando. – Com a arma do filho nas mãos, espia porta afora. Faz menção de sair, mas o garoto o segura pelo braço.

Depois da RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora