(a ilustração da capa é de minha autoria - Maia)
(Maia na imagem abaixo)
Os primeiros raios de sol do dia acordam um a um. Levi mal dormira.
Ele observa o sol nascendo e pintando o horizonte. O mar voltou a ser calmo e sedutor, como se chamasse para um mergulho. O mesmo mar que tentou matá-los há algumas horas, tão indeciso.
Dentro da gruta, Diego refaz as mochilas úmidas e empapadas de água salgada. Faz propositalmente mais barulho do que seria necessário, acordando os outros.
Alex se espreguiça, alongando as partes do corpo doloridas por dormir no chão de pedra irregular. Admira-se com ambos os gêmeos levantando como se tivessem acabado de ter uma noite extremamente agradável. O dia de hoje a intriga e amedronta ao mesmo tempo. Está pronta para rever a cidade em que vivera doze anos de sua vida.
— O que vamos fazer? - Maia pergunta, colocando a arma a tiracolo. Sente-se ainda um pouco envergonhada com a noite anterior, mesmo que soubesse que o pânico fora completamente justificável. Não gosta de mostrar fraqueza.
— Aceito ideias. - Naomi, sentada ao lado dela, recoloca o tênis molhado nos pés. Sente a pressão que não esperava sentir tão cedo. Tinha tudo planejado na cabeça, mas absolutamente tudo dependia de uma bagagem bem montada, que o mar em fúria brutalmente tomara deles.
— Em ordem de prioridade, precisamos de comida, munição, uma troca de roupas seria bom. O que ainda temos? - Diego faz uma lista mental, enquanto recoloca o agasalho preto que havia deixado estendido. Alex observa de canto de olho e algo a intriga. Em seu braço esquerdo, uma linha preta circunda todo seu bíceps. Uma tatuagem interessante.
— Temos o café da manhã. - Rafael empurra para o centro da gruta uma lata de milho recém aberta. - A novata salvou o kit de primeiros socorros. Eu..., bom, na verdade Levi salvou uma caralhada de munição, mas ainda vamos ter que maneirar e... saber dividir, acho que é o jeito.
— Chefia, se me permite a sugestão, - Levi retorna de seu solitário isolamento e sente na pele novamente o frio da gruta. Releva a discussão da noite anterior, como se nada tivesse acontecido. - vamos sobreviver com o que temos. A gente procura comida em qualquer mercadinho de esquina abandonado e vamos direto ao ponto. Não é o fim do mundo, só será uma viagem um pouco mais desconfortável do que esperávamos.
Naomi sabe que ele a está provocando, mas ao mesmo tempo dá uma boa sugestão.
— Sei que dos problemas esse é o menor, mas eu trouxe isso. - Não irá se desculpar pela explosão de raiva, mas ao invés disso tira do bolso um pote circular e transparente, com um conteúdo preto viscoso dentro.
— Boa! - Maia saltita em sua direção como uma criança animada e tira o pote das mãos do loiro.
— O que posso dizer? Gosto de manter tradições.
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Depois da Ruína
AdventureDurante a pandemia de um vírus mortal que assola o mundo, os irmãos Annenberg, Alex e Ivan, deixam a vida como conhecem e mergulham de cabeça no desconhecido. A questão permanece - que destino terá a humanidade depois da ruína? ○ História Original;...