58. Que ele não tenha reparado em nada!

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Olá! Queria primeiro de tudo, desejar a todos um Feliz Natal! Espero estejam a gostar da história, e deixem os vossos comentários!!

Boa Leitura!

PDV. Lúcia

Bati com a porta do quarto com força. Estava chateada com o Gabi e com o Gui, mas também estava preocupada. Eles não são os melhores amigos, nem perto disso, muito pelo contrário odeiam-se, por isso não encontro um tema que eles pudessem ter para conversar. E se andavam à pancada? E principalmente por minha causa? Se assim fosse iria sentir-me culpada…

- Lúcia!? Posso entrar? – Chamou o Ruben batendo à porta.

- Sim, podes entrar. – Falei, sentando-me na cadeira junto à secretária.

Ele entrou, fechando a porta atrás de si. Tinha uma expressão séria, e a minha experiência, dizia-me que algo o preocupava, e muito provavelmente era eu.

- Que queres? – Perguntei indo diretamente ao assunto.

- Quero saber o que se passa contigo… - Fitei-o, confusa. – Ainda não conversamos convenientemente sobre o que se passou. – Concluiu.

Virei-me para o computador, ligando-o, e tentando fugir de uma conversa que eu não queria ter. Não queria falar com ele sobre o que se tinha passado, queria apenas esquecer tudo e continuar com a minha vida, que pela primeira vez parecia estar a correr bem.

- Lúcia temos que falar. – Insistiu. – Eu sou o teu irmão, e podes-me contar tudo. – Aproximou-se de mim, puxando pelo caminho uma cadeira que estava num canto, e sentando-se ao meu lado. – Eu sei que deve ser difícil relembrar tudo, mas…

- Mas nada Ruben… simplesmente nada. – Interrompi, fitando o ecrã do computador. – Disseste bem, é difícil relembrar tudo, e por isso eu quero esquecer. – Falei abruptamente.

- Porque é que a luz do teu quarto tem estado acesa durante a noite? – Questionou.

Engoli em seco, e procurei a melhor resposta, a melhor mentira inventada à pressão.

- Fiquei a ler. – Respondi. Sério Lúcia? Não tinhas nada melhor, mais elaborado?

- Então porque é que eu apaguei a luz ontem, e depois quando fui beber água ela estava acesa novamente? – Perguntou com um ar sério. Fui descoberta, não tenho por onde fugir.

Tinha duas opções: voltar a inventar uma boa mentira, mas a probabilidade de colar era mínima, ou, contar a verdade, a segunda era a mais fiável.

- Porque eu liguei-a, e roguei-te mil pragas por a teres desligado. – Resmunguei, perante o espanto do meu irmão. – Eu não consigo dormir com ela desligada, entro em pânico quando acordo e não vejo nada. – Contei.

- Mas porquê? – Questionou preocupado, pegando na minha mão.

- Não sei… - Hesitei. – Talvez porque tudo aconteceu durante a noite, estava tudo escuro, porque eu, burra, não acendi a luz. – Falei, rindo-me da minha estupidez.

- E porque é que não me contaste? Alguém sabe?

- Sim, o meu na… - Corrigi. – O Guilherme.

Que ele não tenha reparado em nada! – Rezei. O meu irmão não ia arranjar problemas, mas era sempre melhor prevenir.

- Já namoras com o Guilherme? – Questionou, fazendo as minhas bochechas entrarem em ebulição, provocando o riso nele. – Já não era sem tempo! – Comentou.

- Já sabias?

- Que vocês sentiam alguma coisa um pelo outro? – Eu assenti. – Há muito tempo, via-se nos olhos dele, e também nos teus, ficam mais brilhantes, quando estão na presença um do outro. – Falou, fazendo-me ficar ainda mais vermelha. – Evitas de ter vergonha, por favor Lúcia, somos irmãos, eu conheço-te melhor que ninguém.

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