25. Mereces um Globo de Ouro.

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Obrigada pelas vossas opiniões sobre o que ia acontecer. Mais uma vez se gostarem votem, eu adoro os vossos votos! Boa Leitura.

PV. Lúcia

            As palavras dele não me saíram da cabeça durante toda a tarde.

            “- Não te devia ter beijado.

            - Não?

            - Talvez não.”

            Não sei se foi impressão minha ou não, mas ele não estava muito calmo enquanto dialogava comigo. A sua expressão serena deu lugar a uma nervosa. Talvez tenha sido fruto da minha imaginação, mas ainda hoje não consigo decifrar o que ele sentira naquele momento.

            Tentei encontrar explicações para o simples fato de ele achar que não me devia ter beijado. Talvez goste de outra rapariga. Era a mais simplória, mas aquele que custava mais a encaixar.

            Sentia um friozinho na barriga, que só se fazia sentir quando eu estava muito nervosa com alguma coisa. A questão é que eu não sabia a razão do meu estado. Tinha três opções: Ele gostar de outra rapariga, ele gostar de mim, ou eu gostar dele. Estava demasiado confusa, para conseguir perceber o que sentia. Sempre ouvi que devíamos ouvir o coração, mas eu nunca consegui perceber o que ele me dizia. Nunca o tentei fazer com a devida atenção, mas das poucas vezes que lhe dediquei algum do meu tempo, fiz bastantes asneiras.

            Não falámos mais nada depois disso, nem consegui responder-lhe, e acabou por chegar gente e eu voltei ao meu lugar no banco e ele ficou a dele.

Eu queria fortemente acreditar que ele tinha falado aquilo da boca para fora, e que afinal não se arrependia de me ter beijado. Passei a tarde toda á espera que ele fosse falar comigo, nem que fosse apenas para confirmar aquilo que tinha proferido. Também não lhe dirigi a palavra, não sabia sequer como olhar para ele, como encara-lo, se ele tivesse um ataque de coragem para vir falar para mim.

Deu o toque de saída e tive uma breve esperança quando o vi a dirigir-se para mim, mas parou a meio do caminho, mesmo em frente ao António que esclarecia umas dúvidas de geografia ao Manuel. O António sempre fora um bom aluno e isso reflectiu-se na sua vida profissional.

Senti uma mão no meu ombro, e virei ligeiramente a cabeça para ver de quem se tratava. Inês. Não tinha falado mais para ela depois da breve e agitada conversa que tínhamos tido de manhã. Nem para ela, nem para o namorado, que eu sentia que me estava a ignorar literalmente. Compreendia-o, eu tinha batido numa amiga dele, se estivesse no lugar dele talvez fizesse o mesmo.

- Podemos falar? – Pediu, colocando-se à minha frente.

- Sim. Espero, é que não tenhas medo de levar uma chapada. – Falei, vendo a expressão do Rodrigo que se encontrava atrás dela. Eu esperava que ele rebentasse, e que me desse um raspanete ali mesmo, mas não, ficou na dele, e continuou sem me dirigir a palavra.

- Então… - Ela prosseguiu. – Desculpa aquela conversa de manhã. – Tentei interrompê-la mas fui impedida pelo namorado. – Eu sei que não me diz respeito, e que vocês é que sabem, e também que disse que não te obrigaria a contar nada mas… - o Rodrigo apertou a mão dela, fazendo-a abrandar um pedaço o ritmo com que falava. – Eu não quero que deixes de falar para mim. Que deixes de falar para nós. – Corrigiu.

- Eu não o ia fazer de qualquer maneira, ainda sem separar as coisas, e tu não tens nada a ver com as minhas confusões com a Beatriz. – Frisei o nome dela como Beatriz em vez de Bia. – Espero que tu faças o mesmo. Quer dizer vocês. – Corrigi, tal como ele tivera feito.

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