35. São Guilherme, o santo do amor!

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Boa Leitura

PDV. Guilherme

Saí do autocarro desanimado. Não queria ir para a escola. Tentei argumentar contra a minha querida mãe, mas esta empurrou-me para fora de casa, com um argumento muito pouco válido, “Pareces uma Criança, Guilherme Filipe.”. Cada um tem uma criança dentro de si, e a minha só revolveu sair à rua.

Encontrei o meu fiel amigo António, no mesmo local de sempre, sentado no banco de ferro, inserido nas estruturas denominadas de paragens. Como era habitual mantinha conversa com uns rapazes, dos quais não sabia o nome nem via noutro local/momento, que não fosse quando chegava.

Aproximei-me, saudando com baixo “bom dia”, sendo-me retribuído pelos presentes. O António despediu-se dos amigos, e seguimos caminho para a escola em silêncio.

Como era rotina, eu tentava a arranjar coragem para lhe contar as minhas últimas aventuras, beijos, sms. A questão não era como abordar o assunto, mas sim como começar a abordar o assunto.

Ia levar na cabeça, era algo de que estava bem ciente.

- O que é que tens para me dizer? – Inquiriu, como que estivesse a ler os meus pensamentos. Podias ir para bruxo.

- Por onde queres que comece? – Questionei, vendo a sua surpresa estampada no rosto. Não resisti a rir-me da sua figura.

- Pelo inicio, please. – Pediu e eu apenas assenti.

Passei a língua pelos lábios, procurando as palavras corretas para iniciar a minha história.

- Então… - Comecei. – Lembras-te da cena deprimente que te falei da Lúcia? – Perguntei, referindo-me ao beijo nojento, dela com o Gabriel. Não, peço perdão, conversa bastante íntima.

- Achas que eu me conseguia esquecer de uma cena deprimente dessas? – Respondeu como se fosse algo óbvio.

Eu é que nunca esquecerei, never, jamais.

- Eu confrontei-a, e ela desculpou-se com uma história de que estavam a falar encostados um ao outro. – Ele fitou-me, com cara de “Mas tu acreditas-te”. Só para provar que ninguém acredita nesta história… - Mas esquecendo esse momento, digamos que ela fez uma demonstração. – Falei, baixando gradualmente o tom de voz.

- Demonstração? – Inquiriu, levantando a sobrancelha.

- Sim. – Fiz uma pausa e senti-me observado. Será que ele precisa de um desenho? – Beijou-me. – Esclareci.

Nos lábios dele formou-se um autêntico “O”, e eu apenas virei a cara. Que vergonha, Guilherme!

- E vais-me dizer que foi desta que se entenderam? – Perguntou com um entusiasmo bastante evidente na sua voz.

- Não.

- Não?

- Não.

- E qual é o problema desta vez? – Questionou, visivelmente saturado.

Não percebo o porquê desta reação, num momento diz-me para me afastar, noutro para avançar, que se decida!

- O problema sou eu, para variar. – Respondi derrotado.

Sentia-me derrotado. O meu coração dizia-me para avançar, para arriscar, mas o cérebro avisava-me que gato escaldado de água fria tem medo, e fazia-me afastar da Lúcia, e digamos que ela também não ajudava muito.

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