47. Ela não pode faltar.

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Olá, queria desde já agradecer todas as leituras e afins muito obrigada.

Também queria pedir que dessem uma olhada à minha primeira fanfic, chama-se "Porto de Abrigo" e o link está em link externo, gostava muito que lessem e dessem a vossa opiniao se faz favor. Ainda não a vou publicar já, será para breve e mas queria muito saber o que acham.

Boa leitura!

PDV. Guilherme

Saí do autocarro com a barriga a dar sinais de fraqueza, não tinha tomado o meu rico pequeno-almoço. A morte devia estar perto, porque não sentia qualquer fome, e comer para mim é um hobby, no entanto tudo tinha uma explicação: nervosismo. Eu estava para morrer, o medo que algo corresse mal, fazia com que a fome desaparecesse, o meu cérebro deixasse de funcionar corretamente, e esta a um passo de me esquecer da letra da música.

A Lúcia vai-me matar!

Encontrei o António sentado no banco. Ainda não tinha tido uma oportunidade digna de conversar com ele sobre o Rui. Os ensaios, a Lúcia, acabaram por tomar todo o meu tempo e a minha cabeça, e acabei por adiar tocar no assunto. Mas nunca era tarde demais.

- Temos de falar sobre o Rui. – Disse, enquanto caminhávamos para a sala de música.

- Não tenho nada a falar sobre essa pessoa. – Resmungou.

- Essa pessoa é o teu melhor amigo. Dá-lhe uma segunda oportunidade. – Argumentei, mas não estava a ter sucesso, ele parecia irredutível.

- Era. – Corrigiu-me.

- Não, continua a ser. – Contestei. Ele estava a ser cabeça dura, não era nada em que ele estivesse ligado, por isso não valia a pena estar a importar-se com a questão. No inicio também fiquei de boca aberta com o que ouvi, mas não me afastei do Rui por isso, ele é que se afastou de mim, muito provavelmente por causa do António.

- Não vou discutir isto contigo. – Resmungou. – É desta que tu e a Lúcia se acertam? – Perguntou, mudando automaticamente de assunto e tom de voz. Muito gosta ele de falar de mim.

- Não sei, resolvi não tentar contrariar nada, o que tiver de acontecer acontecerá. – Respondi, suspirando de seguida.

- E o que te levou a tomar essa decisão? – Questionou, demasiado curioso para o meu gosto.

- Quero deixar-me de dramas, de receios, vou deixar que o amor que diga para onde ir. – Respondi, olhando para o céu.

Estava uma manhã minimamente aceitável, não estava frio, nem muito calor, e para inicio de Fevereiro até estava bastante agradável. Tinha esperanças que tudo o que aquele dia me reservava fosse bom. Que a apresentação corresse bem, que não recebesse nenhuma má noticia. Eu apenas queria paz, e amor para todos.

Tocou para entrar, e vi-me durante 90 minutos a ouvir a professora de francês a falar, parecia uma gralha, mas o que mais me intrigou foi a falta da Lúcia. Ela não é uma pessoa que falte, costuma ser pontual, e naquele dia, eram 9 horas 30 minutos e ainda não tinha chegado e eu literalmente estava a entrar em pânico.

Ela não pode faltar. Ela não pode faltar. – Repetia vezes sem conta na minha cabeça estas palavras para tentar acreditar, mas não parecia diminuir o nervosismo que me consumia.

Tocou para sair e fui o primeiro a levantar-me, e a sair da sala. Precisava de ar, muito ar. Eu não tinha feito nada de mal para merecer um castigo daqueles. Se por um lado até podia ser bom ela faltar, porque não apresentava, por outro o professor era bastante capaz de me obrigar a fazer tudo sozinho, e aí é que residia o problema que estava a ocupar o meu pensamento.

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