6. Ela só pode estar a gozar.

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POV. Guilherme

Eu estava em frente á “magnifica” escola, a comer o meu lindo hambúrguer. A pensar a maneira como matar a minha mãe, por me ter inscrito nesta sucata, chamada escola. A minha sorte é que só há raparigas giras na escola.

Como estava sem nada para fazer, resolvi dar uma volta pelas redondezas para começar a conhecer a cidade, onde ia passar o resto dos meus dias! Espero que tenham sentido o sentimento da frase…

Como muita gente me tinha aconselhado fui até ao parque da cidade. Quando lá cheguei, reparei que tudo, o que me disseram era verdade, aquele era um dos sítios mais bonitos que eu alguma vez tinha visto.

Num momento ouvi um barulho, que parecia vir de longe, muito longe… e pôs-me feito parvo a olhar para todo o lado para ver se via alguém, mas nada, aquele lugar parecia mais vazio que um centro comercial á noite, e os barulhos tinham acabado. Devia ser tudo imaginação da minha cabeça. Resolvi então ir-me embora para a escola, sei lá meter-me na biblioteca a ver um filme ou qualquer coisa parecida com isso… mas até tenho medo de tocar em alguma coisa da escola com medo que expluda.

Estava a ir embora, quando nisto tudo voltei a ouvir um tal barulho, e desta vez parecia “Socorro”, fiquei alerta, se da outra vez não tinha percebido o que se dizia, desta vez era diferente… quer dizer que alguém está em apuros. Corri para a zona mais verde do parque e reparei num casal a namorar, mas era um namorar esquisito e como entre marido e mulher não se mete a colher, achei por bem não meter a minha.

Mas quando me virei voltei a ouvir “Socorro”, quando me voltei reparei que era nem mais nem menos que a Lúcia, mas será que aquela miúda só se mete em confusões?

Corri com todas as minhas forças para o local onde eles estavam, não tinha nenhum plano definido, tudo o que acontece-se era completamente imprevisível. Ao chegar ao pé deles, reparei que ele estava a abusar feio dela, isto não se faz a ninguém.

Guilherme: Larga-a já! – Foi a frase mais instantânea que me saiu no momento.
Jaime: Desculpa? – Ele larga-a e vira-se para mim com cara de estúpido – É alguma coisa contigo? – Mas o que quer aquele gajo? Ele está a abusar de uma rapariga e ainda resmunga comigo?
Guilherme: É. Ela é … - estava com medo do que pudesse dizer mas não admitia que um frango aspirante a gente trata-se mal uma rapariga - … minha amiga, e eu não gosto que se metam com as minhas amigas.

Jaime: Só me faltava mais esta… desaparece puto.

Guilherme: Já te disse para a soltares.
Jaime: Quem é que me vai obrigar? Tu? – Foi a coisa mais burra que ele podia ter dito.
Guilherme: Sim, sou eu. – Mal acabei a frase, mandei um soco naquelas fuças de estúpido dele.

Subconsciente on:
Ele ainda tentou vir contra mim, mas eu penso que os diabinhos que nos desenhos animados aparecem um de cada lado devem-lhe ter dito:
Anjinho: A violência não resolve nada…
Diabinho: Desta vez tenho de concordar com o aurelinhas, este gajo é rijo, vai-te partir em dois.

Subconsciente off

Ele acabou por ir embora, mas antes deixou a graça da sua presença:

Jaime: Vocês vão pagar, e marquem este nome, Jaime Valente.

Guilherme: Estou cheio de medo.

Eu estava ali a domar o aspirante a bandido, pois o gajo deve ser estúpido, porque fazer o que ele fez de dia e num local público é simplesmente estúpido.

Mas com tudo isto esqueci-me da Lúcia, que estava a assistir a cena toda encolhida em cima do banco. Fui ter com ela, mas estava cheio de medo de falar, então sentei-me ao seu lado, e reparei que ela estava a tremer da cabeça aos pés, e depois dos meus 5 segundos de ponderação, coloquei o meu braço por cima dos ombros dela, puxando-a para perto de mim, colocando a sua cabeça no meu peito. Durante aquele tempo ela não falava, eu não falava, só se ouvia o som do choro dela, que estava a custar em terminar.

Como o tempo eu já estava sentado no banco com uma perna de cada lado, com a Lúcia no meio das minhas pernas, esticada no banco e com a cabeça ainda sobre o meu peito. O choro finalmente tinha acabado. Era bom sinal, de que já estava mais calma, e então resolvi abrir a boca:

Guilherme: Estás bem? – O silêncio continuou, comecei a ficar preocupado – Lúcia? – Voltei a chamá-la, afastando o cabelo que tapava a sua face.

Lúcia: Sim, estou bem. – A voz dela estava triste, mas também com o que ela passou não podia estar alegre.

Guilherme: Queres que te leve a casa? - Calculei que ela quisesse ir para casa.

 Lúcia: Não, eu gostava de ficar mais um bocadinho aqui.

Guilherme: Ok, queres que fique contigo? – Olhei para ela, e sem retirar o olhar do chão, ela acenou negativamente, e eu então levantei-me para ir embora.

Lúcia: Não espera. Eu gostava que ficasses. – Ela olhou-me e mordeu o lábio inferior. Eu olhei-a com uma cara séria. – A sério, fica. – Disse pegando-me na mão e puxando-me para me sentar no banco e eu acabei por me sentar.

Guilherme: Ok, eu fico. Mas não podemos ficar em silêncio.

Lúcia: Porquê? – Fez uma cara de indignada – tens alguma coisa contra o silêncio?

Guilherme: Eu apenas hoje já tive silêncio a mais.

Lúcia: Ok, mas aviso que não sou muito boa companhia para conversas, depois disto tudo. – Estávamos os dois de frente um para o outro, e mal ela acabou a frase eu peguei-lhe na mão, o que originou uma cena bastante engraçada.

Guilherme: Não faças essa cara…não é nada do que estás a pensar. – Fiz uma pausa, respirei fundo e continuei – o que estás a pensar fazer? – Sei que a pergunta não era indicada para o momento, mas eu tinha que a fazer.

Lúcia: Não faço a mínima, mas já que falaste no assunto, quero-te pedir uma coisa.

Guilherme: Diz, tudo o que quiseres.

Lúcia: Ai, tão prestável o menino – olhei para ela, ignorando o que ela tinha dito, fazendo-lhe sinal para continuar – Não contes nada a ninguém.

Guilherme: O quê? – Ela só podia estar a gozar com a minha cara. – Estás louca, queres que eu encubra um bandido?
Lúcia: Por favor, ele é perigoso.
Guilherme: Ainda mais razão me dás, o futuro desse gajo é ver o sol aos quadradinhos. – Tinha de a conseguir demover daquela ideia absurda.
Lúcia: Por favor Guilherme … não me posso meter em confusões.
Guilherme: Mas isto não é uma confusão… - ela interrompeu-me
Lúcia: Não… - ela revirou os olhos – alguma vez. Tu não percebes, os meus pais prometeram que á mínima coisa que acontecesse, eu voltava para Londres.

Guilherme: E qual é o problema disso? – Na realidade não estava a gostar nada da ideia de nunca mais a ver, mas a segurança dela está acima de tudo. E também quem é que não quer ir para Londres?
Lúcia: Quem te disse que eu quero ir? – nisto tudo ela já se tinha levantado do banco, e andava tipo barata tonta de um lado para o outro, a mexer os braços alternadamente. E eu estava sentado no banco a olhar para ela, sem perceber o drama de denunciar um criminoso.

Guilherme: Quem é que não quer ir para Londres? – Era verdade, o sonho da maioria das pessoas que conheço é ir á cidade do Big Ban.

Lúcia: Não me digas que não te deram a minha ficha biográfica completa? – eu olhei-a com uma cara de quem não estava a perceber ponto, do que ela estava para lá a dizer – De certeza, que deram. – ela fez uma cara de indignada, mas eu respondi-lhe acenando com a cabeça que não. – Ok, então eu dou-ta agora… Chamo-me Lúcia Sobral, filha de mãe – eu interrompia

Guilherme: Estás a gozar com a minha cara? Vai direta ao assunto.
Lúcia: Ok, ok. Eu queria fazer uma introdução digna de uma coscuvilheira, mas já que estás com pressa, é assim: Eu vivo com os meus irmãos, os que dizem ser meus pais vivem em Londres. – ela ia fazendo frases curtas, e com grandes paragens entre elas. – No ano anterior estive metida em cenas maradas. Basta um ponto fora da linha e estou mais frita que uma omeleta acabada de fazer. – Eu estava estúpido a olhar para ela, aquela metáfora matou-me…

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Olá! Espero que estejam a gostar! Quero saber as vossas opiniões :)

Beijos

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