76. A Proposta e o Musical

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PDV. Lúcia

Era o grande dia. Finalmente! Tínhamos trabalhado tanto para isto que tudo se tornada um misto de medo e ansiedade. Mas a aliar a todo o nervosismo estava a conversa que tinha tido com a minha mãe ontem ao jantar.

"- Gostava de te fazer uma proposta. – Falou a minha progenitora. Estávamos a jantar sozinhas, pois o meu irmão tinha ido jantar com os dirigentes do clube, e o Afonso estava mais a namorada.

- E qual é? – Perguntei desinteressada.

- Eu vou para o Egipto quando acabarem as aulas. – Anunciou. – Vou fazer parte de uma expedição para fazer de consultora num novo projeto. – Falou.

- E onde é que eu entro?

- Gostava que viesses comigo. – Respondeu, deixando-me de boca aberta. – Regressaremos antes das aulas recomeçarem."

A bomba tinha sido lançada e eu ainda não tinha dado resposta. Por um lado, era uma excelente oportunidade de conhecer um país e uma cultura nova, mas por outro, estaria cerca de dois meses longe dos meus amigos, e principalmente do meu namorado.

Ainda não tinha comentado nada com o Guilherme, não o queria colocar mais nervoso do que já estava. Andava que nem uma barata tonta de um lado para o outro, murmurando as suas falas e músicas. Se lhe contasse dáva-lhe um ataque, e eu não queria isso.

Olhei para o relógio que marcava 19h em ponto, o que significava que estávamos prestes a iniciar o espectáculo. Os professores chamaram-nos e deram as últimas indicações, e o apoio para que tudo corresse bem. Estávamos ligeiramente confiantes, tínhamos trabalhado e ensaiado para que tudo corresse bem, e tínhamos fé nisso.

A primeira música começou e no centro paroquial começou a ouvir-se Now or never, entrarou a "equipa" de basquetebol, onde o Gabriel e o Duarte lideravam, a equipa adversária e a claque. Eu ia cantar uma pequena parte, por isso continuei nos bastidores, até que o Troy foi atirado ao chão e que entrei para cantar a minha parte. Era das músicas mais complicadas, porque entravam objetos que eles podiam não conseguir controlar. Se a bola escorregasse tudo ia pelo cano.

A música acabou, e vinha a próxima. O António, Rodrigo, e a Sara fizeram a continuação falando de como foi ganhar o campeonato, dando tempo para o Gabriel trocar de roupa, e logo começou a festa de comemoração. E ia entrar eu com o dueto com o Gabi, Right Here Right Now. Estava calma, conhecia a música de trás para a frente. Mas antes de entrar olhei para o Guilherme que já estava a entrar em colapso porque a seguir era ele.

O dueto ficou lindíssimo, nós tínhamos cumplicidade e isso ajudou a que tudo fluísse com naturalidade e não desse aquele ar forçado.

Mas a cena melhor estava a chegar. Do lado de fora estavam a Andreia e a Inês, que falavam, pois, a minha amiga fazia de Tiara, a "fã da Sharpay", ouvi-se também as nossas vozes a discutir se participaríamos ou não na peça final, mas tudo fora dos olhares dos espetadores. O Guilherme e a Andreia entraram finalmente pela porta principal seguidos pela Inês, falando enquanto passavam pelos espectadores que olharam para eles. Uma coisa eu tinha que admitir aquele papel era indicado para a Andreia, ela conseguia parecer mesmo a Sharpay, estava sem dúvida fantástica.

Chegaram ao palco, onde já estava as mesas e os figurantes/dançarinos sentados. Começaram a cantar. Era o número mais exigente pelo facto de andarem por toda a sala de espetáculos, obrigando os espetadores a segui-los. Quase todos participávamos em pequenas partes, o que tornava tudo muito engraçado e divertido. O Guilherme estava fantástico, nem parecia nervoso agia com a maior das naturalidades. As partes de apenas dança ficaram um estrondo, e sem dúvida que isso se devia ao nosso professor.

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