Love Will Tell Us Where to Go || ✔️

69. Sempre positivo, não haja dúvida!

PDV. Lúcia

A minha cabeça andava em dois lados ao mesmo tempo, enquanto me concentrava para o espetáculo que aí vinha, preocupava-me com a resposta de Londres para o curso. Tinha sido o meu pai a inscrever-me, com um vídeo que o meu irmão lhe tinha enviado. Era um vídeo caseiro, comigo a cantar, que eu nunca pensei que alguma vez fosse servir para me candidatar a um curso.

Quando contei ao Guilherme, senti-me de certo modo mais leve, porque estava com medo da sua reação, que apesar de não ter sido má, foi esquisita. Por outro lado colocando-me no seu lugar, e também ficava surpreendida por ouvir aquelas palavras assim do nada, mas eu tinha de lhe dizer.

A aula de canto estava para começar, e o Guilherme estava a falar com o António e o Rodrigo sobre os papeis no musical, enquanto eu o observava atentamente. Ele tinha agido normalmente comigo, mas algo estava diferente, mas eu não conseguia perceber o que era.

- Boa Tarde! – Saudou o professor abrindo a porta, e começamos a entrar todos calmamente na sala, e a sentarmo-nos nos respetivos lugares. O meu era ao lado do Guilherme, o que eu ia aproveitar para falar com ele. – Amanhã vamos até ao Porto! – Exclamou sorridente. – Vamos até à casa da música, e teremos lá enumeras atividades, espero que gostem. Mas hoje o assunto é outro. – Falou. – Vamos começar a preparar o espectaculo final, que contará para a vossa nota da disciplina, e que será bastante importante. – Explicou.

- Vamos começar pela primeira musica do filme, que contará com a voz da Lúcia, e do Gabriel, que faz parte de outra turma, por isso o Ricardo, que é o substituto do Gabriel irá trabalhar com ela. Enquanto a Andreia e o Guilherme começam a preparar o seu grande dueto, que vai certamente animar o público. Quanto aos restantes, vamos trabalhar o coro, e outros aspetos. – Anunciou.

- Lá vou eu ter de aturar a Andreia! – Exclamou o Guilherme, levantando-se indo ter com a bívora, enquanto eu apenas sorri. Lá se foi a minha ideia de conversa. Pensei.

- Vamos trabalhar Gabriella? – Perguntou o Ricardo sorridente.

- Claro Troy! – Respondi, contagiando-me pela sua energia.

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Entrámos para o autocarro respetivo, onde iam os alunos de 9º ano, e eu sentei-me ao lado do meu namorado, enquanto o António se sentou atrás de nós de cariz baixo.

- Alegra-te! Vamos passear! – Exclamei, vendo a olhar para mim como se eu tivesse louca. – Não me olhes assim, devias estar feliz.

- E estou. – Respondeu.

- Mentiroso. – Acusei.

- Chata. – Ripostou, e eu olhei-o escandalizada, e virei-me para a frente, e ouvi uma risada sua.

Estavamos quase para partir quando o Gabriel aparece a correr em frente ao autocarro e entra, deixando todos com o olhar posto nele. Contudo o único lugar livre era ao lado do António. Irónico, não? Quando o vi a sentar-se ao lado daquele que foi durante tantos anos o seu melhor amigo, sorri, podia ser que falassem e voltassem a falar. Sonhadora! Pensei.

Olhei para o Gui que estava a olhar pela janela. Devia estar ansioso, afinal ia voltar à sua terra natal, algo que não fazia desde que partiu. Não tinha nada que me fizesse voltar, respondeu quando lhe perguntei porque é que não regressou.