28. Contos de Fadas Manhosos e Pirosos

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Antes de mais queria pedir-vos que lessem a minha nova tentativa de fic, chama-se Mine, é algo que ainda está em projecto e não sei se devo continuar ou não, o link está no link externo.

PDV Lúcia

            - Tu gostas dele? – Perguntou-me a Inês, depois de eu lhe contar toda a história.

        Precisava de desabafar com alguém, desde que me tinha chateado com a Beatriz tinha guardado todos os acontecimentos para mim, algo que me estava a matar por dentro. Analisei todas as opções que tinha para me libertar espiritualmente. Poderia sempre ir a um padre que está habilitado a ouvir confissões, ou a um psicólogo, mas precisava de alguém que estivesse mais perto de mim. Aí começou a minha busca, o Gabriel foi a primeira opção, mas era como por a cabeça do Guilherme a prémio. O António era a minha segunda opção, mas era a mesma coisa que estar a falar com o Guilherme, porque por mais que ele prometesse guardar segredo, poderia se descair em alguma situação, e sempre ouvi dizer que mais vale prevenir que remediar. Por fim a Inês. Sempre foi como uma segunda melhor amiga e uma grande confidente, apesar de termos estado afastadas nos últimos tempos.

        - Não sei, acho que sim. – Respondi reticente.

        - Então, deixa ver se percebi a história. – Fez uma pausa, procurando certamente as palavras corretas para descrever a minha “magnífica” história. – No dia em que andaram á batatada por tua causa, o Guilherme foi o teu anjo protector e num momento de grande clima entre os dois, surgiu um beijo, certo? – Eu assenti. Ela respirou fundo e prosseguiu. – Nesse mesmo dia, tu, Lúcia, questionaste-o sobre tinha significado o beijo e ele não soube responder á questão, deixando-te incrédula. – As minhas pupilas dilataram ao ouvir toda a sua robusta observação. – Mais tarde numa conversa entre ambos, tocaram no assunto do beijo e ele…

      - Sim, eu sei a história toda, não preciso que me contes. – Interrompia, levantando-me da cama e dirigindo-me á janela.

        - Estava só a fazer uma síntese mental. – Respondeu-me, virando a cadeira em que estava sentada na minha direção.

        - Podias ter feito em voz baixa. – Virei-me para ela, que me olhava perplexa.

        - Incomoda-te assim tanto ouvir o que tu própria admitiste que aconteceu? – Questionou-me.

        Era uma boa pergunta, á qual eu não possuía resposta. Ouvir toda aquela história, parecia que vinha que um daqueles contos de fadas manhosos e pirosos, em que o príncipe encantado salva a donzela e que ela se apaixona instantaneamente por ele.

        - Sim e não. – Senti o olhar da Inês em cima de mim, á espera de uma explicação. – Faz-me lembrar os contos de fadas. Cada vez que me lembro que tanto a Branca de Neve como a Bela Adormecida acordaram com um beijo de um príncipe encantado, e que casaram com ele. Simplesmente estúpido.

            - Tu não és normal. Eu amo a Branca de Neve, adoro os anões com aqueles narizinhos tão fofos. - Retorquiu com um tom de voz fofo, fazendo-me revirar os olhos.

        - Eu não sou normal, mas tu também não, certamente. – Ripostei, ao ver a cara dela, possivelmente a pensar ainda nos narizes dos anões da Branca de Neve.

        - Vou fazer de conta que não ouvi isso. E vou continuar a tua história. – Falou á espera que eu ordenasse que parasse de falar.

        - Continua lá, que eu vou deprimir ao ouvir a minha história. – Incentivei-a a falar. Sabia que se ela não fizesse toda a sua “síntese mental” não me iria aconselhar, e eu precisava de um conselho.

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