PDV. Guilherme
Passei pelo snack-bar que costumo frequentar para comprar um hambúrguer, não tinha nada no estômago, desde do dia anterior, e com todas as preocupações que tinha tido no intervalo anterior, acabei por nem chegar a aproximar-me do bar, e o meu corpo estava a começar a dar sinais de fraqueza, tanto físicos como emocionais, e esses estavam cada vez mais fortes.
Era quase impossível encontrá-la sem a ajuda do Sandro, a única pessoa que sabia onde ela se encontrava, e por mais que eu não quisesse dar ouvidos ao António, ele tinha razão, a possibilidade de a encontrarmos era mínima. Era como procurar uma agulha num palheiro, e era isso que me estava a fazer desesperar.
Deambulei pela cidade, por cantos que nem conhecia, por locais que certamente nem no mapa estavam, sempre esperando que algum dos outros rapazes me ligasse a dizer que a tinha encontrado e que podíamos ir para casa descansar. Mas essa tão desejosa chamada estava a custar a chegar.
Será que falaram com o irmão dela?
Não era muito provável, mas visto que o Gabriel é praticamente chegado ao Rúben, poderia eventualmente ter avisado, mas se isso tivesse acontecido, a polícia já estaria à procura da Lúcia.
Senti o telemóvel a vibrar e rapidamente o retirei do bolso, quase o deixando cair, as minhas esperanças atingiram o máximo, mas quando vi o nome do Sandro no visor, esmoreci um bocado, mas resolvi atender.
Pode ser que tenha mudado de ideias.
- O que queres? – Perguntei, sem dar tempo para que ele falasse alguma coisa. Tentei mostrar-me calmo, e não demonstrar o nervosismo, medo que a minha voz teimava em querer denunciar.
- Ainda andas à procura da miúda? – Questionou. Será que ele acha que eu desisto tão facilmente?
- Ando, já que não me ajudas tenho que resolver à minha maneira. – Resmunguei. Queria que ele sentisse o peso na consciência, que deixasse de ser estúpido e me ajudasse.
- Se eu te disser onde ela está, tu vais buscá-la e…
- Como é óbvio. Achas que a vou deixar à mercê daquele monstro em forma de jovem sedutor? – Perguntei, interrompendo a sua fala.
- Ele vai-te desfazer. – Avisou.
- Diz-me onde a posso encontrar, por favor. – Supliquei. Detesto ter que suplicar a quem quer que seja por algo.
- Isso era atirar-te para a boca do lobo.
- Eu gosto mesmo dela, ela faz-me feliz…
- Ela é louca, não é rapariga para um primo meu. – Gritou, interrompendo-me.
- Ela é companheira, não recusa ajudar ninguém, e eu quero ser o herói dela. – Desabafei.
- Nem sempre o herói acaba bem no final da história, isto não é um conto de fadas onde no final é sempre “E viveram felizes para sempre”…
- Eu sei. Mas diz-me, por favor. – Supliquei novamente. Ouvi-o a bufar do outro lado da linha. Ele tem que ceder.
- Vou-te mandar uma mensagem com a morada, mas muito cuidado.
- Muito, muito, muito obrigado. – Agradeci.
Desliguei a chamada e esperei pela morada, mas finalmente um sorriso estava estampado no meu rosto. Eu ia encontrá-la, vê-la, salvá-la. Claro que apesar de tudo eu tinha a plena noção que tudo o que estava a fazer era de risco. O Jaime era louco, e eu tinha cada vez mais certezas disso. Raptar uma rapariga por ser platonicamente apaixonado por ela era características de uma pessoa muito desequilibrada.
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Love Will Tell Us Where to Go || ✔️
Novela Juvenil[COMPLETA] Quem conhece Lúcia, sabe do que ela é capaz, ou seja de tudo. Doida e amante de pura adrenalina, atrai confusões por natureza. Por outro lado Guilherme veio ali parar por engano, mas rapidamente começa a derreter corações, mas apena...