72. Estás com ciúmes?

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PDV. Guilherme

Com o tempo a passar, os ensaios para o musical ocupavam grande parte do meu tempo, e o restante era ocupado com os treinos de futebol. Num instante estávamos no final do ano, parecia que o 3º período tinha passado a correr. Por vezes dava por mim a pensar que ainda há um dia ou dois estava a chegar aquela escola, e agora estava prestes a ir embora.

Tinha sido um ano fantástico e traumatizante, mas tinha tudo para acabar bem se não fosse a minha falta de jeito para todas aquelas danças malucas. Mas existem erros que vêm por bem. Felizmente tinha conhecido uma rapariga fantástica, feito amigos incríveis, e sentia-me feliz.

Contudo havia algo que me vinha a incomodar constantemente, e com a proximidade do espetáculo, ainda mais, que era a proximidade da Lúcia com o Gabriel. Eles pareciam siameses. Ela passava mais tempo com ele do que comigo, e isso incomodava-me bastante. Sentia-a mais distante de mim. Cada vez que tentava marcar alguma coisa, acabava por nunca acontecer. É frustrante.

~000~

- Bom dia! – Saudou a Lúcia, chegando à sala. Aproximou-se de mim, e beijou-me nos lábios, e sentou-se ao meu lado. – Que se passa? – Perguntou. Era comum este tipo de conversa ultimamente entre nós, mas eu respondia sempre o mesmo, "nada", mas estava farto de reprimir o que sentia.

- Nada. – Respondi, voltando ao mesmo ciclo.

- Não acredito, dizes sempre isso. – Retaliou. Estava feliz por ela ter notado, era uma maneira mais fácil de abordar o assunto.

- É que eu sinto que estás cada vez mais distante de mim. – Desabafei, desviando o meu olhar para o chão. – Andas sempre com o Gabriel para trás e para a frente. – Expliquei.

- Estás com ciúmes? – Perguntou, dando um sorriso, como que gostasse do que estava a ouvir. Mas eu não estava a achar graça nenhum.

- Claro que estou! – Exclamei, fazendo-a rir-se. – Não me esqueci do facto de ele ter uma paixão por ti.

- Aí está, se eu quisesse ter alguma coisa com ele já tinha tido. – Respondeu, aproximando a sua cara da minha. – Eu amo-te Guilherme, não tens de te preocupar. – Beijou-me, mas eu ainda não estava convencido.

- Eu também te amo. – Respondi, não mencionando mais nada.

- E agora vamos de falar de coisas divertidas! – Exclamou. – Como sabes no domingo faço anos, e vou dar uma megafesta em minha casa, e como é óbvio tu vais. – Informou.

- E se eu não quiser ir? – Perguntei fazendo-me difícil.

- Não te dou opção, tens de ir! – Exclamou. – Eu quero o meu namorado lá!

- É claro que vou, mas não te esqueças que de manhã é a final do campeonato, e se não ganharmos não vou estar de bom humor. – Informei, encolhendo os ombros, e esforçando-me para não me rir.

- Vocês vão ganhar eu acredito no vosso potencial.

- Espero que tenhas razão! – Exclamei.

Nunca pensei que alguma vez chegássemos à final, não éramos a melhor equipa, nem perto disso, mas felizmente conseguimos aproveitar-nos das falhas dos nossos adversários, e assim de uma maneira pouco atarantada íamos ganhando, até que ficámos no topo da tabela. Se ganharmos o último jogo, ganhamos o campeonato. Temos que ganhar.

~000~

Eu estava nervoso, as minhas mãos estavam suadas. O clima nos balneários era também de muito nervosismo. Estava tudo nas nossas mãos para podermos mostrar que éramos realmente bons, e que não se deve subestimar os adversários.

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