Extra

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— Oh, Dick... Por favor, se comporte...! — Selina pediu como uma mãe cansada de repetir as mesmas palavras. Ela falava ao telefone enquanto observava a vista pela janela do taxi... estava perto.

— Como!? VOCÊS ESTAVAM MENTINDO PARA MIM! — O rapaz berrava, estava fora de si.

— Se acalma, Dick! — Tim implorou ao fundo.

— Alfred fez isso para o bem de vocês — ela justificou depois de alguns segundos, pensando se não era melhor encerrar aquela ligação de uma vez.

— MEU IRMÃO DESAPARECEU! — Dick teimou — DESAPARECEU HÁ MAIS DE QUATRO HORAS!

— Lois me disse que o Jon demorou até voltar para casa ontem, talvez tenha sido ele... — Selina tentava se manter calma, mas também estava preocupada com seu filhote.

— Chegamos, Senhorita — o motorista avisou, estacionando em frente aos portões de entrada do centro neurológico — Desejo sorte com seu filho... — o idoso comentou, recebendo o dinheiro pela corrida — Tenho um cabeça dura em casa também, essa idade é realmente complicada — Sorriu.

— Então ganhei de você: eu tenho quatro cabeças duras... — Ela sorriu de canto, saindo do carro e deixando o motorista de queixo caído para trás.

Selina começou a caminhar, ouvindo o final daquela discussão entre as "crianças":

— E O QUE ESPERA QUE EU FAÇA!? — Dick perguntou, tão irritado quanto antes — Esperar aqui, sem fazer nada, até o Jason aparecer com o Damian no colo pedindo por ajuda porque tirou ele do meio de um tratamento importante!?

— Eu tirei ele do meio de um exame, e não vim exatamente pedir ajuda... — Jason disse com certa graça.

Jason estava com Damian... estavam bem. Isso bastou para que ela sorrisse e apressasse os paços.

A entrada daquele lugar era discreta o suficiente para que o grande prédio não chamasse atenção ao fundo. Parecia apenas um hotel-fazenda ou uma espécie de SPA, só perto das portas de entrada da clínica é que havia uma placa com o nome: Instituto Summ... – o resto estava tampado por uma folhagem, provavelmente era o nome de algum neurocirurgião famoso. Também não haviam placas de identificação no caminho, caminho este fora de rotas comuns – o que facilitou os Wayne de não chamarem atenção com a chegada.

Eram 4:32 da manhã e ela se esgueirou para dentro do prédio sem problema algum. A segurança daquele lugar era inexistente, como se pedissem para que jornalistas ou algo pior se enfiasse lá dentro...

A recepção estava vazia, ou melhor, a recepcionista estava dormindo. Nenhum sinal de que aquele lugar tinha sido invadido, que um paciente foi sequestrado ou coisa do tipo. Jason não era tão furtivo assim: estavam movendo tudo para debaixo dos panos, ou nem ao menos se deram conta do que houve.

Como uma boa gatuna, ela pegou as chaves do quarto dos Wayne e se esgueirou pelos corredores daquela clínica. Nem mesmo um dos funcionários que usou o elevador junto com ela achou algo suspeito — afinal, o que poderia ter de errado em uma bela mulher indo visitar o namorado em uma clínica de madrugada?

Ela abriu a porta do quarto onde Bruce estava e entrou.

Surpreendeu-se com o mordomo dormindo em uma das poltronas, entregue à um sono pesado ao ponto de ressoar um ronco baixo – Alfred estava esgotado. Já Bruce, este dormia na cama do quarto com alguns aparelhos o monitorando e algum tipo de medicamento pingando para a veia – provavelmente precisou ser dopado depois do que havia acontecido no último exame de Damian.

Selina fechou a porta, deu passos silenciosos até a cama e se deitou sobre Bruce... ela sentia falta de ficar perto dele desse jeito: faziam semanas desde a última vez que ela conseguiu o ver dormindo. Não era hora para isso, porém.

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