Extra

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Richard Grayson deu um grito mudo, o rosto ficou pálido como papel.

— ... Dick? — Tim perguntou em um tom preocupado, logo depois se acalmando: Alfred estava abrindo a porta da cozinha, uma pessoa sensata!

— Lamento muitíssimo, Mestre Dick, mas pensei ser uma espécie de invasor...! — o mordomo se justificou, ignorando o desastre em que aquele lugar estava e indo diretamente até a janela onde o rapaz mais velho estava emperrado, tentando ajudá-lo a se desprender.

— Invasor...? Sem roupas!? — o rapaz perguntou em cacos.

— Alfred! Alfred, o pirralho! — Jason tentou chamar a atenção dele para Damian.

— Um momento, Mestre Jason — Pediu — Só posso ajudar um de vocês de cada vez!

— Eu ajudo o Dick a se soltar, pode ir ajudar o mentiroso... — Tim ergueu os ombros, finalmente se levantando de novo.

— Para de chamar ele de mentiroso! — o irmão rebelde exigiu.

Ele é um mentiroso! Vocês é que preferem acreditar nessa história sem pé e sem cabeça do que aceitar que ele não passa de um mentiroso, que cedo ou tarde vai ir pro mesmo caminho que a mãe! — Timothy já estava mais do que cansado com as artimanhas do irmão mais novo.

Todos ficaram em silêncio, até mesmo Alfred, mas uma voz séria e gélida perguntou:

— Tem provas de que ele esteja mentindo?

— Bruce... — Tim sussurrou, sentindo um arrepio nas costas.

— Eu quero provas de que o meu filho está mentindo! Provas de que esse inferno é só uma brincadeira de mal gosto dele! Eu quero provas, Tim! — O morcego acertou um soco contra a parede para extravasar um pouco da raiva que sentia. Ele não estava nesse estado pelo que Timmy disse, era apenas o estresse encontrando meios de sair.

— Precisa se acalmar... — Selina pediu, ficando entre ele e as crianças.

Timmy nem mesmo tinha coragem de olhar para o pai. Dick também estava em silêncio, se sentia envergonhado por agir sem pensar. Jason, que dos três rapazes era o único alheio à toda aquela problemática, o único que dava total atenção apenas e exclusivamente para Damian, começou a entrar em pânico:

— A-Alfred, ele parou de se mexer! — disse ao mordomo, tateando pelo pescoço do pequeno em busca de sinais vitais ou qualquer coisa do tipo — Ele parou de se mexer! — disse novamente, desesperado, se agarrando à Damian sem se importar com Alfred tentando tirar a criança das mãos dele.

— Mestre Jason... Solte — o idoso pediu, cansado.

— Não!

— Jason, solte — o pai quem pediu dessa vez.

— Já disse que não!

— Jason... — Batman suspirou, claramente cansado, enquanto ia até ele — Damian está bem, ele só está fraco demais para acordar agora — Tentou explicar de um jeito simples, afastando as mãos do filho rebelde para que pudesse pegar a criança.

— Ele só ficou assim por causa do choque... — Tim murmurou.

Bruce, ou melhor, Batman se forçou a ficar em silêncio. Ele queria explicações sobre tudo o que aconteceu em sua ausência, mas havia uma prioridade: saber se Damian estava bem. Também se preocupava com os outros filhos, mas eles não estavam em um estado tão... decadente.

Ele levou o filho para a Batcaverna, no laboratório de lá. Fez todos os procedimentos que julgou necessário até ter certeza de que o filho estava bem, de que tinha sido apenas mais uma crise. Só então, quando já estava prestes a iniciar suas horas extras de trabalho, é que se deu conta de que todos os outros estavam lá também:

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