Extra

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Depois de conseguir curar Selina, Ravena havia criado um portal para leva-la diretamente até a Mansão Wayne, ou melhor, até o vasto jardim da mansão – para evitar que alguém visse o método de viagem alternativo. A gatuna só não esperava ser acompanhada por uma alienígena extremamente insistente:

— Podemos conversar com o pai dele e...!

— Não — Selina respondeu séria, antes mesmo que a outra conseguisse completar a pergunta. Ela estava andando devagar, usando ainda o manto de Superboy para cobrir a parte danificada do uniforme – enquanto a outra a seguia pelo gramado e continuava:

— Tenho certeza de que ele autorizaria, principalmente depois da sua recuperação milagrosa e...!

— Não mesmo.

— Dick está sofrendo com a falta do irmão...

— ... A resposta continua sendo não.

— Sentimos falta do Damian também!

— Já disse que não! — Selina disse ríspida, não estava em condições de aceitar teimosias.

— ... Ele é nosso amigo, é normal querermos ajudar — Kori tentou justificar as investidas. Por mais que tentasse ser otimista, ela estava tão ansiosa quanto Dick para que o jovem titã retornasse ao normal

— Ajudem não se envolvendo nisso — a mais velha pediu.

— Mas o Damian...!

— Ele está bem! — Ela começou a andar um pouco mais rápido, já estavam relativamente perto da entrada da mansão — Apesar das crises, do medo, do comportamento infantil... É a primeira vez em que ele está tendo algum momento com a família, ao invés de ir lutar contra o crime! Deixem ele ter esses momentos em paz — pediu.

— Então é por isso que recusam ajuda? Porque querem fingir que está tudo bem quando não está! — Kori franziu o cenho, claramente irritada com aquela justificativa.

— ... Entenda como quiser — disse entre os dentes, finalmente abrindo a porta do lugar que, recentemente, chamava de lar. Antes de fechar a entrada mais uma vez, ela encarou a alienígena e advertiu: — Eu vou proteger o meu filho de vocês enquanto continuarem querendo mexer na cabeça dele e o forçar a voltar ao normal. Quando resolverem agir apenas como amigos, serão bem-vindos. — E fechou a porta.

Kori ficou alguns segundos encarando a porta fechada e se sentindo mal com aquelas palavras. Ela não queria "obrigar" Damian a voltar ao normal, ela esperaria o tempo que fosse necessário – e tentava convencer Dick de que isso seria o melhor -, mas era verdade que estava ansiosa com o retorno de Robin ao ponto de esquecer da criança assustada que Damian era agora.

Antes de se perder naqueles pensamentos e julgamentos de quão "péssima amiga" estava sendo com o pequeno D, Dick a chamou pelo comunicador:

— Estelar, estou com o comunicador do Robin Vermelho. Não volte para a Torre agora, preciso de ajuda para achar o Capuz.

— ... Ele não estava voltando para casa? — perguntou assim que ativou o comunicador

— Ele fugiu e está fora de controle.

— Mas ele sempre está fora de controle! — respondeu com certa graça.

— Dessa vez é diferente.

— Tem algo a ver com o...

— Sim — Dick a interrompeu — Lembre-se, Estelar: usar sempre codinomes e códigos.

— Certo, Asa Noturna!

E, com essa resposta, a alienígena alçou voo. Começou vasculhando aos arredores da mansão e depois foi para o centro da cidade, se surpreendendo com a relativa quietude da noite – se não fossem as duas tentativas de assalto que ela impediu, não teria tido ação nenhuma, não seria Gotham.

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