Prólogo

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Bruce Wayne, o bilionário americano, filantropo, um verdadeiro magnata dos negócios: o Príncipe de Gotham.

Os redatores que o descreviam assim nas colunas de notícias jamais imaginariam sua vida secreta, aquela que ele guarda com zelo longe de quaisquer pessoas senão seus mais íntimos amigos: sua vida pessoal. Nela, ele estava longe de ser um homem de negócios, estava mais para um pai coruja observando o filho dormir.

— Ainda me surpreendo quando o encontro dentro da mansão em plena madrugada, Patrão Bruce... — comentou o mordomo, disfarçando um sorriso singelo vendo seu "filho" se tornar um patriarca.

— Eu não consigo deixar ele sozinho, Alfred — o homem se justificou, aninhando o filho entre os travesseiros e abaixo de cobertores.

— Ele não vai estar sozinho...

— Mas vai estar longe de mim.

— Sim, como todos os filhos ocasionalmente ficam longe dos pais. — O mais velho suspirou — Nunca imaginei que diria isso, porém: precisa deixar de ser um pai super-protetor, Damian deve ter o próprio espaço.

— Eu estava longe quando ele precisou de mim.

— Patrão Bruce, não há motivos para... — Antes que Alfred pudesse terminar, foi interrompido por palavras em martírio:

— Eu estava longe! Longe! — Ele se abaixou ao lado da maca onde Damian estava prostrado — Eu estive longe dele desde sempre, Alfred! — Segurou cuidadosamente a mão direita do rapaz, estava trêmulo — Por isso meu filho está desse jeito!

O mordomo se calou.

Não haviam justificativas para o estado em que aquela pobre criança estava. Ou melhor, a única justificativa é que todos haviam falhado com ele, incluindo o próprio Robin.

— Damian já reviveu uma vez, ele pode e vai fazer isso novamente.

— Como, Alfred? Já fazem meses desde que ele... — Bruce não conseguiu terminar, o gosto de amargura e culpa o tomavam sempre que ele falava do estado frágil em que o filho se encontrava.

— Confie nele — o mordomo colocou um sorriso esperançoso no rosto, se aproximando — Confie que dessa vez ele não vai dar os mesmos passos certos por caminhos errados, que vai fazer tudo diferente.

— Se isso acontecer, Alfred... — Ele segurou um pouco mais forte a mão do filho — Se isso realmente acontecer eu prometo ser um pai diferente. Eu vou reviver junto com o meu filho, o Bruce Wayne que todos conhecem vai morrer e reviver sendo um bom pai.

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