Extra

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Gotham, Mountain Drive, 1007 – 16 horas e 15 minutos para o fim:

— Por que vai avisar a ele que está indo? Afinal, onde você está indo? — Bruce perguntou impaciente, perseguindo a namorada pelo corredor.

— Metrópole, eu já disse antes! — Selina respondeu de forma ríspida, já em frente à porta do quarto de Damian — E é melhor eu me despedir dele e avisar que volto em alguns dias do que simplesmente sumir, como todos vocês fazem!

O morcego ficou em silêncio, encarando um ponto qualquer – como se o rubor não denunciasse a vergonha que sentia.

A gata, sorrateira como sempre, se infiltrou no quarto do filhote no mais absoluto silêncio. Ficou alguns segundos observando ele brincar com o irmão mais velho antes de finalmente alertar sobre a própria presença:

— Não Dami, você tem que virar para a esquerda... — Dick apontou para a tela — Rápido, para a esquerda! ... A outra esquerda!

— É melhor eu desistir, esse jogo é difícil demais... — Damian murmurou passando o controle para o mais velho. A verdade é que Richard era alvoroçado demais para explicar as coisas corretamente.

— A outra esquerda chama-se direita, Dick — Selina sorriu, se aproximando deles e sentando-se ao lado do filhote — Damian, eu vou te contar uma coisa, mas preciso que você fique mais feliz por mim do que triste, está bem?

— ... Vou tentar — A criança sorriu, dando toda a atenção que tinha para ela.

— Eu preciso viajar para um trabalho importante como modelo... — Ela fez uma pequena pausa quando viu o sorriso dele se desmanchar completamente — ... Vai ser rápido, prometo voltar antes que sinta falta de mim.

— ... Promete mesmo que vai voltar, mãe?

— Pedindo assim, eu prometo qualquer coisa! — A gata o abraçou, praticamente puxando a criança para o colo, e ficaram um longo tempo em um abraço apertado, um abraço diferente de qualquer outro que Selina já tinha dado... um abraço que deixaria parte dela presa ali.

Era óbvio que Damian sentiria saudades dela, assim como ela sentiria saudades dele.

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Metrópole, Planeta Diário, sala de Lois Lane – 12 horas e 43 minutos para o fim

— Então você tem uma sala... — Selina caminhou pelo cômodo, largando a bolsa e o casaco em cima da mesa enquanto bisbilhotava a decoração.

— Digamos que eu sou persuasiva o suficiente para ter uma — a jornalista sorriu e ergueu os ombros — Mas não chamei você aqui só para ver a minha sala nova.

— Oh, não? Eu já ia mandar umas fotos para o morcego... ele vai adorar saber que o Clark ainda não tem uma sala!

— Também não chamei para implicar com o meu marido! — Lois deixou uma risada escapar, se ajeitando na cadeira — Lembra do Dr. Garner? Eu sei que lembra! Então: ... — Ela buscou por algo nas pilhas de papéis sobre a mesa, pegando uma pasta — ... aqui está!

— ... Espero que todos esses papéis sejam fotos — Selina murmurou, finalmente sentando-se de frente à amiga e disposta a tomar o tom sério que precisavam — Descobriu algo sobre ele?

— Tirando que ele adotou o nome de um médico falecido há anos, que aquele lugar não tem as licenças adequadas para operar como clínica neurológica e que ele compra lotes de substancias contrabandeadas... nada! Ah, já ia me esquecendo: ... — a jornalista disparou e, como se já não fosse o bastante aquele amontoado de informações, ela puxou uma das folhas de dentro da pasta — ... aqui, reconhece? Não, não reconhece! Sabe por quê? Por que não estão usando só as docas de Gotham para tráfico, estão começando a usar as de Metrópole também! E sabe quem é um dos clientes? Sabe?

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