Extra

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Gotham, Mansão Wayne, entrada – 02:03.

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Jason Todd entrou em casa segurando o capacete da motocicleta em uma mão e um cigarro ainda aceso na outra. Estava aparentemente bem: resultado de tantos calmantes e um passeio agradável por ruas vazias.

Ele encarou a desordem logo na entrada da mansão com tranquilidade. Na verdade, beirava a alienação com toda a problemática envolvida naquela cena de quatro pessoas: Batman perto das escadas do segundo andar, perto do quarto de Damian; Superman pronto para alçar voo segurando Ravena, desacordada, nos braços; Mutano zanzando de um lado ao outro em tamanho pânico que partes do corpo por vezes mudavam e adquiriam formato de diferentes animais.

O rapaz deu uma tragada demorada no cigarro e soltou a fumaça, aproveitando ter ganho a atenção dos ali presentes para começar o discurso:

— Porra... — falou arrastado enquanto jogava o restante do cigarro no chão e pisava em cima: — Eu sabia que deixar o Timbo com o nanico iria dar merda!

— Jason, não é hora para apontar culpados! — Superman o repreendeu — Onde está o Alfred?

— São quase duas da manhã, eu espero que ele esteja dormindo! — O Rebelde cruzou os braços, respirou fundo, apertou as têmporas e começou a colocar ordem naquela bagunça: — Passa a Rachel pra mim e vai ajudar o velhote a descer as escadas. Mutano, você... tenta parar com isso, é nojento.

As ordens foram acatadas sem questionamentos.

Em segundos, Jason segurava a jovem bruxa com um dos braços e o pescoço de Mutano com a outra mão, o guiando pela casa. Superman ia logo atrás deles amparando Batman – o coração do Cavaleiro das Trevas parecia uma bomba relógio aos ouvidos do Super.

— Vamos todos para a Batcaverna, que é uma caverna do Batman, por isso tem o Bat na frente do nome. É algo bem ridículo na minha opinião, porque eu não chamo meu "local seguro" de Capuz Apartamento ou Apartamento Vermelho... — Jason devaneou enquanto todos se dirigiam para a biblioteca e, posteriormente, para a descida até a caverna — Se bem que Apartamento Vermelho soa legal, né? Eu só preciso pintar as paredes de vermelho. Também posso chamar de Apartamento Todd, tipo Mansão Wayne, só que mais pobre.

— Espero que tudo isso seja efeito apenas dos calmantes, rapaz — Clark murmurou desconfiado daquele comportamento, o que fez o rebelde revirar os olhos como resposta.

Finalmente na ala médica, Batman foi colocado em uma das macas e Ravena em outra. Sem saber como prosseguir com os socorros, o segundo Robin decidiu que era hora de ligar para a única pessoa realmente responsável naquela família:

— Oi Alfie! — disse animado — Hipoteticamente, se alguém estivesse tendo uma daquelas crises de tremedeira de Pinscher há mais de... — Olhou para Mutano que, com muito custo, conseguiu mostrar dois dedos levantados — Dois? — O rapaz levantou a outra mão fechada — Zero dois? Ah, Vinte? Vinte minutos, isso seria ruim quanto? Entendi... trágico mesmo, ainda bem que não é o Dami — Ele coçou a testa, olhando em volta e notou o pai — Um pouco menos hipoteticamente, se o B estivesse sangrando pelo nariz, sendo zero a morte iminente e dez apenas algo passageiro, que número... Não, por nada! Não precisa se preocupar, pode voltar a dormir! — Desligou.

— E-Então? — Mutano o encarou esperando respostas.

— Tem alguma chance de isso ser apenas um pesadelo?

— Infelizmente não — Superman o respondeu enquanto forçava o amigo a virar a cabeça para trás, tentando conter o sangramento.

— Então fodeu...

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