Chuva e Aviões

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       As chuvas haviam começado na minha pequena cidade litorânea. Eu havia sido contemplada em um programa de intercâmbio, daqueles que você trabalha em troca da experiência em outro país, além de uma ajuda de custo.

      Eram minhas últimas horas na nossa casinha, com minha mãe e Sam, minha irmã. Curtíamos a deliciosa chuva que caía enquanto terminávamos de jantar as asinhas de frango com molho búfalo que eu preparara mais cedo.

— Será como antes? Será que vamos sentir muito a sua falta? Quando você foi morar em outro estado foi super difícil. — Minha irmã perguntou mais para si mesma do que para mim. 

— Não faço ideia — ecoo seu tom. — Acho que talvez seja mais surreal ainda. Agora, devo passar um ano fora, e é no exterior, então... — Deixo meu pensamento no ar. 

       Já são quase 8:00 da manhã quando escuto a última chamada para o meu voo. Estiquei minha permanência com a pequena família que eu tenho ao máximo. Desta vez, minha mãe chorou ao se despedir, mas ela é forte.
Mães!
Abraço brevemente minha irmã e entro na sala de embarque. 

      Encaro nervosa o aeroporto como se fosse a primeira vez. Já fiz muitas viagens dentro do país. Essa é a primeira para fora.

      A agência providenciou tudo o que eu iria precisar, então minha única obrigação é embarcar.

      Depois de pegar uma conexão, enfim experiencio a classe econômica de um voo internacional.

      Olho em volta para a tripla fileira de poltronas. Infelizmente, fiquei no meio do corredor, então, sem spoilers pela janela. Não consigo ler ou dormir em aviões, se leio, fico tonta. Se durmo, tenho dor de cabeça. O jeito é aproveitar a TV a cabo e as várias playlists no Spotify durante essas onze horas de voo. 

      Não sei o que me aguarda do outro lado do oceano, mas me sinto como uma página em branco, principalmente depois de perder o emprego por causa do meu ex-namorado, quase apanhar dele, levar calote no outro emprego, e pra completar: o mundo pós-pandemia. 

      Depois de passar pela alfândega, uma equipe do intercâmbio se formou logo no desembarque do aeroporto e fomos levados até o escritório, para enfim, sermos direcionados aos nossos locais de descanso e postos de trabalho. 

      Como meu foco é praticar o inglês britânico e fazer turismo, optei por ser atendente em um café.
Por sorte, meu dormitório ficava logo em cima da cafeteria, então, não gastar com passagem de metrô já era um bônus.
Recebemos o dia de folga, então aproveitei para caminhar e conhecer mais um pouco do bairro. 

      Fiquei locada em South Kensington, em Londres. Comparado ao clima quente da ilha que nasci no Brasil , aqui é como um grande refrigerador para mim. Nota-se meu desconforto pelas camadas e mais camadas de roupa que os locais que passam me encarando com certeza não usam, porque já estão habituados ao tempo sempre nublado e frio daqui.

      As construções são antigas e me pergunto quais histórias elas contam. Mal posso esperar para visitar os museus e os atrativos turísticos, antes que eles percam a graça para mim.

      Infelizmente, não disponho de muito tempo e, além de ser péssima com direções e estar ficando tarde, preciso retornar para o pequeno kitnet e recuperar as horas de sono que perdi durante o voo, sem mencionar esse fuso diferente.

Amanhã eu acordo em Londres! 

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Prazer, meninos e meninas! Obrigada por ler meu primeiro capítulo. Este é meu primeiro livro e decidi corajosamente postar em primeira mão e totalmente gratuito aqui no Wattpad. Sintam-se à vontade para indicar algum erro, comentar a história ou elogiar minha obra. Estou terminando de revisar os outros capítulos, então gostaria de saber de vocês: Com qual frequência eu devo ir postando os demais?
Não esqueçam de me dar uma estrelinha, se estiverem de bom humor. Espero entretê-los nesses dias de ócio da pandemia.

Com carinho,
Amanda.

Mr. White, Mr. Right Onde histórias criam vida. Descubra agora