Despedidas e Promessas

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Conversamos até tarde. O vinho acabou me ajudando a pegar no sono. Ainda lembro vagamente do balançar dos passos de Tom quando me carregou e me colocou em meu quarto. Ponto para você, rapaz. Conseguiu me deixar bêbada e não ousou se aproveitar de mim. 

Woof! 

Eu gritei.

— O que houve? — Tom apareceu suado, usando uma regata azul e roupas de treino. 

— Acho que Koul é um cachorro com funções de despertador — Rolei na cama e me cobri novamente, só para o bendito puxar o cobertor com os dentes. 

— Você não tem saída agora, minha cara. Ele não a deixará dormir novamente. 

Desisti. 
Me levantei e fui direto ao banheiro. Quando saí, Tom também saía do seu quarto, de banho tomado. 

— Você não é muito falante pela manhã. 

Ah, agora que ele percebeu? 

— Não.

— O que quer fazer hoje, senhorita não matutina? 

— Montar? — Perguntei entusiasmada. 

— Você não vai desistir, não é? 

— Agora, eu faço questão. 

Tom ponderou por um tempo e decretou:

— Sob uma condição. 

— Qual? 

— Que eu monte com você, até perceber que já consegue dominar o cavalo. 

— Por mim, feito! 

      Era um sonho mesmo cavalgar com aquele homem atrás de mim. Se bem que nós poderíamos cavalgar de várias outras maneiras. 

— Segure as rédeas — Tom me orientou. 

      Fiz exatamente como ele havia ensinado. Ele passou as mãos por detrás das minhas. 

— Vou puxar e você acompanha o movimento, assim vai saber a pressão exata e não vai correr o risco de "machucar" o animal, okay? 

— Okay. 

      Passamos boa parte da manhã nas costas de Zeus. Depois, Tom montou em Hector e cavalgamos lentamente dentro do perímetro de sua propriedade.

Já eram quase duas da tarde quando enfim me dei por satisfeita. Alimentamos os cavalos e partimos para casa. 

— Como assim você não está assado? — Eu reclamava ao caminhar com as pernas abertas. 

— Já estou habituado. Tem certeza que não quer ir de cavalinho? — O bastardo ainda zombou. 

— Um cavalo por vez, por favor — Devolvi a provocação.

      Acabamos nos unindo na cozinha e preparando um macarrão rápido, pois estávamos famintos. 

— Preciso voltar hoje para casa — Eu disse entre uma garfada e outra. 

— Tem certeza? 

— Sim. Não gosto de dormir fora. Vai que minha agência descobre e tiram conclusões precipitadas? 

— Você tem razão. Posso levá-la antes do anoitecer. 

      Mais tarde, Tom estacionou em frente ao meu prédio. 

— Obrigada. Eu me diverti muito. 

— Você também quase se machucou. 

— Mas não aconteceu. Além do mais, você foi até mais rápido que o superman. 

      Ele sorriu e ficou me encarando. A partir desse momento, ele assumiu um tom solene. 

— Vou precisar fazer uma viagem curta de trabalho. Mas, quando voltar, aguarde por uma surpresa. 

— Já estou com medo... Ops! Ansiosa! 

Ele segurou minha mão. 

— Até mais, Alana. 

— Até mais, Tom. Tchau, Koul. Seja um bom menino! 

Me despedi e subi. 

Mr. White, Mr. Right Onde histórias criam vida. Descubra agora