Grifes e Declarações

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     Mrs. Thomas me ouviu enquanto eu contava tudo, ou quase tudo, com os olhinhos brilhando. Ela parecia satisfeita consigo mesma por ter dado um empurrãozinho. 

— Mrs. Thomas, eu ofereço um risco à estabilidade da tranquilidade e privacidade de Tom. E quanto ao meu intercâmbio? — Finalizei, colocando-a a par das minhas preocupações. 

— Não se preocupe, minha querida. Eu não contarei a ninguém. Faço muito gosto de vê-los tão felizes. Tom é muito sozinho e as garotas anteriores não o entendiam como você. Desde seu primeiro dia aqui, percebi que não o queria apenas pelo que ele é por fora. E olha que estamos falando de Tom White. 

— É, eu sei... — Admiti, já sentindo a competição com a enxurrada de fãs do sexo feminino — Estou tão aliviada e agradecida pela sua ajuda e amizade. Muito obrigada, Mrs. Thomas. 

— Não há de que, querida. 

      As manhãs de sábado eram sempre mais movimentadas no café. Quando saí, estava morta. 

      Só coloquei uma lasanha congelada no micro-ondas, fui tomar um banho e separar coisas para a mala. 

      Tom chegou e eu ainda estava comendo. 

— Você não deveria comer coisas congeladas. Não fazem muito bem. 

— É melhor do que ficar com fome. Estou morta! 

— Gostaria de uma massagem? — Ele assumiu o modo matador. 

— Pare de me enfeitiçar! — Disse eu já levando o prato para a pia — Volto logo — Aproveitei e fui no banheiro escovar os dentes e colocar uma cor no rosto ou não sairíamos daqui hoje.

— Pronta? 

— Sim. Onde está Koul? — Perguntei, estranhando sua ausência. 

— Ficou em casa — Tom respondeu enquanto pegava minha mala. 

      Quando entramos no carro, notei umas sacolas no banco de trás. Eu podia ler algumas marcas. 

Sephora, Dior, Mac, Victoria Secrets. Channel. 

— O que é tudo isso? — Apontei. 

— São algumas coisas que pedi a Karen que providenciasse para você — Disse Tom, relaxado e com os olhos na estrada. 

— Você não deveria ter feito isso, eu não preciso de nada — Eu não queria que ele pensasse que eu esperava algo assim da parte dele. 

— Eu sei, mas pensei que você poderia deixar algumas coisas na minha casa, assim, não precisaria andar sempre com uma mala. Outras coisas ainda vão chegar. É tudo para o seu conforto. 

Eu não sabia o que dizer. 

— Você está bem? — Ele enfim me olhou, já que eu não lhe respondi. 

— Sim, só não queria que ficasse gastando dinheiro atoa comigo. Eu não tenho como retribuir — Disse-lhe sem graça.

      Eu nunca havia usado aquelas marcas, era tudo muito caro. 

      Ele tirou a mão do volante e segurou a minha. 

— Alana, você já provou ser diferente. Me entender e me amar como eu sou. Não precisa me retribuir nada. 

— É que eu fico imaginando o que você já passou para estar aqui hoje. Os testes e os nãos que recebeu. A infância e o bullying. Os treinos e dietas pesados. Você é um homem maravilhoso por isso. Por não ter perdido a essência, nem se vendido para o glamour dos holofotes. Não é certo usufruir de algo que eu não ajudei a construir — Eu disse emocionada. 

— É muito cedo para dizer que amo você? — Ele perguntou. 

— Acho que não, você já viu até minha versão descabelada e selvagem com cólica. Deve saber onde está se metendo. 

— Então eu amo você. 

E eu posso morrer agora, pensei.

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Temos leitoras novas na área! Perdão pela demora, meninos e meninas. Mas eu tenho estado até tarde na rua, num treinamento de professores para a volta às aulas e todas as novidades que a pandemia trouxe.
Queria agradecer à duas leitoras que tem me deixado à beira das lágrimas pelo reconhecimento que recebo toda vez que elas votam nessa estrelinha.

Meninas,
sameoldlowe e julianaccruz, a vocês, meu muito obrigada. Dedico este capítulo para as duas com muita gratidão!

Mr. White, Mr. Right Onde histórias criam vida. Descubra agora