Batom Vermelho e Arte

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— Não vai dizer que me ama? — Ele perguntou em tom brincalhão. 

— Não — Imitei seu tom. 

      Ele estacionou e segurou meu queixo. 

— E agora? — Perguntou de novo. 

— Na-não — Gaguejei. 

      Ele saiu do carro determinado. Abriu minha porta e me pegou no colo. 

— Nem assim? — Agora ele sorria. 

— Nem assim — O beijei e entramos. 

      Koul faltou pular em nós. Fiquei matando a saudade dele e Tom voltou no carro para pegar as coisas. Ele levou tudo direto para o quarto. 

— Sinto em informá-la tão em cima da hora, mas tenho uma exibição de arte hoje e você pode ir comigo — Tom anunciou assim que desceu. 

— Tem certeza? Eu nem trouxe nada para vestir. Acho melhor ficar de babá para Koul. 

— Ele está acostumado a ficar sozinho. E Karen já providenciou algo para você. E aí, vamos? 

      Eu não teria saída. Estava nervosa demais, mas aceitaria o desafio. 

     Mais tarde, eu descia as escadas vestindo um body vermelho profundo, ombro a ombro, uma calça pantacourt e sandálias delicadas, também pretas, de salto agulha. 

      Deixei o cabelo solto, porque eu me achava gordinha demais com ele preso. 

— Estou sem palavras. Eu, definitivamente, escolhi a mulher brasileira mais linda como namorada — Tom estendeu a mão no último degrau. 

— Obrigada. E você está de tirar o fôlego... E outras coisas mais... — Falei avaliando o peito largo e os braços marcados no terno.
Notei um volume crescer em sua calça enquanto ele me envolvia pela cintura. 

— Você não pode me desconcentrar ou eu vou acabar borrando todo esse batom vermelho — Ele disse já se inclinando. 

      Nesse momento, a porta da frente se abriu e vimos 3 pares de olhos nos encarando. 

— Cara, você NÃO vai querer borrar esse batom agora — Frank quase pulou entre nós. 

— Vamos, está na hora — Disse Karen com o telefone no ouvido. 

— Você está belíssima, Alana — Completou ela. 

— Obrigada, Karen. Você também está divina. 

      Ela usava um conjunto chic de terninho cavado. 

— Eu poderia me misturar na equipe? Não gostaria de chamar atenção — Perguntei meio nervosa. Tom segurou minhas mãos. 

— Estamos cientes da sua situação. Não se preocupe, você estará segura conosco — Rob piscou para mim e Karen também. 

— Obrigada. 

      Chegamos ao evento e eu fiquei meio sem saber o que fazer. Frank foi estacionar o carro. Tom assumiu seu papel de celebridade, enquanto Karen e Rob o orbitavam. Eu me afastei e me servi um drink. 

Frank me achou sozinha. 

— Difícil se enturmar? — Perguntou pegando uma água com gás. 

— Um pouco. Não sei como reagir, tenho medo de sufocá-lo — Desabafei. 

— Só esteja por perto. Ele precisa de você. Precisa sentir algum apoio que não seja profissional.

— Vou tentar. 

       Me afastei, avaliando Tom. Ele me buscava discretamente pelo salão. Quando me viu, seus olhos sorriram. 

      O segui de perto. A cada obra, a cada parada para foto. O evento terminou e fomos jantar. 

— Como foi, gostou do evento? — Tom perguntou assim que saímos. 

— Sim. É minha primeira exibição de arte — Disse passando as mãos nos braços. O ar era gelado. 

      Senti um sobretudo ser colocado por sobre meus ombros. 

— Vista isso por enquanto. Você ainda não se acostumou com o nosso clima — Tom apertou os braços em volta de mim. 

      Depois do jantar, a equipe nos deixou em casa. 

Agora estávamos a sós. 

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Será que esse batom vermelho vai fazer algum efeito?

Mr. White, Mr. Right Onde histórias criam vida. Descubra agora