Conseguimos algumas semanas de folga, graças aos repórteres e fãs na entrada do estúdio. Alguns até conseguiram chegar em uma ou duas locações de gravação.
Tom se recusava a postar algo, porque vinha uma enxurrada de perguntas e suposições nos comentários e direct.
Isso nos deu dias calmos em nossa casa. Bem, nem tão calmos assim.
— Eu preciiiiiiiso comer uma esfirra com mel — Simples assim. Joguei meu desejo de grávida em Tom tamanha 11:00 da noite.
— Não acredito. Amor, onde eu vou conseguir encontrar esfirras a essa hora? — Tom coçou o queixo.
— Eu não faço ideia, só sei que não vou conseguir dormir sem comer esfirras com mel — Felizmente, o mel nós tínhamos.
— Vou fazer uma busca — Tom pegou o celular e deu uma olhada. Em seguida, pegou a chave da Ducati — Torça por mim! — Me beijou e saiu.
— Dedos cruzados! — Gritei antes dele passar pela porta.
Quase duas horas depois, Tom voltou com uma caixa de esfirras de vários sabores. Pulei nas recheadas com carne, já com o mel na mão. Tom só assistia aquele circo de horrores, fazendo caretas de nojinho.
Comi tanto, que vomitei tudo em seguida.
— Você ainda me mata de susto — disse ele me ajudando no banheiro — Esse ou essa aí vai ser dureza! Tem sangue forte dos White.
Não havia como negar que esse bebê já era motivo de orgulho do pai coruja.
Eu já não podia cavalgar mais. Então acompanhava Tom se divertindo sozinho com os cavalos, enquanto eu e Koul só observávamos de longe.
Em outra noite, acordei e me vi sozinha. Nem sinal de Tom ou Koul. Depois de checar cada canto da casa, comecei a me preocupar. Pus um casaco enorme de Tom por cima do roupão e abri a porta da frente, só para ver as luzes de um carro da polícia que se aproximava. Já passava das 1:00 da manhã.
— Senhor, o que houve? — Interceptei-os para perguntar. A boa e velha fofoqueira brasileira ainda vivia em mim.
— Tivemos um chamado. Um animal solto ou algo do tipo. Acho que foi um dos seus vizinhos. Conhece os White? — O policial olhou na ficha.
— Oh, meu Jesus! — Me sobressaltei — É meu... Marido. É meu marido — Foi o que eu tive de dizer ou eles não me deixariam acompanhá-los.
Em que confusão Tom havia se metido no meio da madrugada?
Eles então perceberam que eu tinha as mãos protetoramente sobre a barriga.
— Não é melhor a senhora entrar? Pode ser perigoso — Disse um deles.
— Não, preciso vê-lo. Agora — Acho que fui tão pontual que eles acharam por bem não discutir.
— Tudo bem, entre.
Quando chegamos, Tom iluminava uma parte escura das folhagens com o celular. Desci da viatura e corri para ele.
— Graças a Deus você está bem — Lhe disse enquanto o abraçava.
— Amor, o que faz aqui? Pensei que estivesse dormindo — Ele tentava me aquecer do frio da madrugada.
— Acordei e você não estava, nem Koul. Quase tive um treco quando ouvi os policiais falando o seu nome — Nessa hora, Tom pareceu lembrar dos policiais.
Havia um pônei preso na mata. Com muito trabalho, eles conseguiram liberá-lo de lá, mas o animal era arredio. Acho que estava cansado de viver preso.
Tom pediu solenemente que seu nome não fosse atribuído ao chamado de hoje e que não comentassem com ninguém sobre mim, ou nosso endereço, no que eles prontamente concordaram.
— Senhora — O policial no comando me saudou e voltou, nos deixando na porta de casa.
— Desculpe por isso, amor. Eu achei que estavam tentando roubar animais em alguma fazenda próxima. Não achei que fosse demorar, por isso não a acordei — Tom se explicou e isso só me deixou mais preocupada.
— E você não pensou na hipótese desses possíveis "ladrões" estarem armados? Por Deus, Tom. Você não é à prova de balas!
— Mas eu tenho uma kryptonita e ela é brasileira — Ele disse todo carinhoso, segurando meu rosto nas mãos.
— Então pense bem antes de se colocar em perigo ou essa Kryptonita vai terminar de fazer o serviço.
— Para isso, você precisa me vencer no jiu-jitsu primeiro.
— Não me provoque, White — Eu agora queria ser compensada pelo susto que ele me deu.
— Woa! Tudo bem. Vem, vou acalmar você com umas coisas que aprendi com o Super Man.
— Essa eu quero ver...
Essa era a parte mais linda que eu admirava em Tom, seu amor pelos animais. Eu também tinha uma fraqueza enorme por eles e entendia muito bem que esse era um chamado que nos unia.
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Ahh, eu amo um capítulo fofo e vcs? Esse Tom apronta, não é? Ainda conseguiu uma foto com o cavalinho! :D
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Mr. White, Mr. Right
RomanceOs clichês de filmes românticos acontecem quando menos se espera. Quem imaginaria que um intercâmbio em um mundo pós-pandemia renderia a Alana os melhores e piores momentos de sua vida? O destino - que as vezes usa pessoas e, nesse caso em especial...