Baby Chá e Justiça

276 19 2
                                    

       As cunhadas de Tom se amontoaram na residência dos White. A maioria dos irmãos de Tom servia à guarda real, seja na marinha ou no exército. Isso as deixava sozinhas boa parte do tempo. 

       A casa estava cheia de crianças e minhas novas irmãs não me deixavam fazer nada. Até uma festinha para o bebê elas improvisaram. 

        Como estávamos em uma ilha, as coisas ficaram mais calmas. Eu não soube mais notícias da tal conta. Só usava o celular para falar com Tom ou com a minha família no Brasil. 

        A festa estava linda. Algumas mesas foram montadas no jardim e o bebê ganhou muitos presentes. 

        Eu já havia esquecido dos problemas com o tal stalker quando Marianne entrou no meu quarto no começo da noite perguntando se eu poderia receber o inspetor da polícia. Claro que eu receberia, estava ansiosa por encerrar isso. 

— Boa noite, senhora. Nos desculpe a hora, mas viemos assim que tivemos notícias sólidas sobre o seu caso — O inspetor era um senhor bem trajado. 

— Eu agradeço e desde já peço desculpas pelo incômodo. Sentem-se — Eles ocuparam as poltronas do meu quarto, pois Marianne não me deixava fazer esforço saindo de lá. 

— Pois bem, os rastros da conta que investigamos levaram até a senhorita Karen, ex funcionária do senhor White — Ele disse e me deu tempo para processar aquilo. 

— Prossiga, por favor — Eu disse depois de tomar um longo fôlego. 

— Não se tratava de outra coisa, mas de terror psicológico e a chegada surpresa da senhora Marianne na sua casa ajudou no plano, sem a própria senhorita Karen saber.

— Mas o que acontece agora? 

— Felizmente, ela não chegou a machucá-la com as próprias mãos e infelizmente, isso é insuficiente para prendê-la. Ela responderá em liberdade, fazendo trabalho comunitário com mulheres grávidas, além de uma multa — Disse ele por fim. 

— Bem, eu tenho certeza que Tom queria mais, mas eu me dou por satisfeita. Ela só precisava de uma lição de vida, no fim das contas. E ajudar mulheres grávidas em situação de vulnerabilidade a fará ver o quão má e egoísta ela foi. 

       Minha sogra, que acompanhava a conversa calada até o momento, falou pela primeira vez. 

— Eu discordo, querida. Ainda tem algo que podemos fazer para protegê-la e faremos — Marianne agora falava diretamente aos policiais — Eu quero uma ordem de restrição para Alana, o bebê e Tom, por favor — Ela era esperta, isso eu não podia negar. 

— Claro que sim, senhora. Obrigado pelo seu tempo. Enviaremos por e-mail o resultado da sua solicitação. Boa noite. 

— Boa noite! — Marianne e eu dissemos juntas. 

        Era uma pena não poder beber para comemorar. Mas, fizemos um pequeno jantar em família para celebrar o peso que saiu das nossas costas. 

Mr. White, Mr. Right Onde histórias criam vida. Descubra agora