Valeu, Koul!

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Quinze dias! 

      Eu já estava na minha rotina matinal na cafeteria há quinze dias e não tinha tido uma só chance de sequer chegar perto dele. O mais perto que consegui chegar foi quando fui ao lado de fora bater o tapete. 

      Eu já conhecia alguns clientes, mas não tinha coragem de perguntar sobre ele para nenhum. Como não o adoravam? Por Deus, ele era uma celebridade internacional!
Talvez seja esse o motivo dele viver quieto por aqui. 

      Outra manhã fria na cafeteria e Mrs. Thomas me pediu que checasse se havia outro ninho no nosso toldo. Será que ela havia se esquecido do que fora removido antes de ontem?           

      Quando estava quase chegando ao meio-fio, me vi quase voando e aterrisando no chão com as mãos, cujas palmas estariam arranhadas, disso eu tinha certeza. 

— Koul! Oh, no! — ouvi ao longe enquanto me levantava e encarava minhas mãos, agora sujas e sangrando . Mas eu estava mais próxima e consegui segurar no último centímetro da guia do cão. Anos de prática no meu velho bairro, resgatando animais. 

      Quando enfim entendi o que se passava, eu estava parada, com a guia do cachorro de Tom White na mão, enquanto seu dono, digno do Olimpo, se aproximava de mim na velocidade da luz. A vergonha estampada em seu rosto. 

— Me desculpe, senhorita...? — Ele indagou, me acertando em cheio com aquele charme inglês enquanto colocava o cachorro sob controle. 

— Alana... Fernandes, Soares — Eu me confundi.

Todas as minhas aulas de inglês e horas de estudo foram para o ralo.

— Me desculpe. Alana, só Alana — Eu consegui dizer por fim. Ele me encarou com surpresa e curiosidade. 

— Você não é daqui, senhorita só Alana? — Ele ousou questionar.

       Sério? Eu não mereço nem um "me desculpe, case-se comigo como consolo pela queda e prêmio por ter segurado o cachorro"? — pensei.

— Sim... Não. Não, senhor...? — Me fiz de lesa, ele deve prezar pelo anonimato e o que não precisa agora é de uma fã louca, apaixonada e com leves traços de stalker atrás dele. 

— White, Tom White. Prazer! — Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, essa geladeira frost free apertou minha mão, esquecendo completamente do estrago que a queda provocada pelo seu cachorro fez nela. 

— O prazer seria todo meu se o senhor não estivesse me machucando pela segunda vez, em menos de dez minutos depois de me conhecer — Falei com toda franqueza que a dor me permitiu. 

      Nessa hora, Mrs. Thomas brotou do meu lado e ao notar minha mão, se perguntou como deveríamos reportar isso à agência.
Lhe tranquilizei que aquilo não era nada. Mas, Tom discordou de mim. Ele pediu o kit de primeiros socorros à dona da cafeteria e fez a higienização dos cortes. 

— Como posso te compensar por isso e agradecer? — Ele me perguntou enquanto enfaixava minha mão. 

— Não é necessário — Lhe respondi com sinceridade. Eu não aceitaria nada dele por obrigação.

Mas, fui interrompida por Mrs. Thomas. — Oh, Tom! A menina é brasileira, mas ainda não conhece nada por aqui. Você poderia levá-la para um passeio. Assim, ela conhece um pouco daqui e Koul pode se desculpar pelo mal comportamento desta manhã. Gostaria, querida? — Ela me olhou cheia de esperanças. 

— Não me sentiria bem, Mrs. Thomas. E Mr. White deve ser ocupado. Não gosto de incomodar ninguém — Mal terminei de dizer e fui interrompida por Tom. 

— Somente Tom, e eu faço questão. Não conseguiria dormir sem compensá-la por hoje. Na verdade, creio que possamos fazer nosso passeio hoje mesmo, se Mrs. Thomas concordar. — Ele falou, arqueando aquela sobrancelha. 

Ótimo! Não tem como isso terminar bem, suspirei com isso em mente. 

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Tem alguém aí? 👀 Gente, é agonizante postar capítulos aqui e não ter como saber o que os leitores acham. Então, vou pausar a postagem dos demais capítulos. Se minha história flopar, vou procurar outro meio de publicar.

Mr. White, Mr. Right Onde histórias criam vida. Descubra agora