Suspiros e Café

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      Acordei por volta das 5:00 da manhã. O café só abre às 7:00.
Às vezes, me pergunto o que eu estou fazendo da minha vida vindo para cá.

      Eu poderia estar lecionando, mas as prospecções para professores no Brasil são desanimadoras.

      Então, pensei: por que não? Nunca trabalhei servindo antes. Confesso que gosto de cozinhar e me considero boa nisso, mas o que eu devo fazer em uma cafeteria? É o que eu vou descobrir. 

      Rolei na cama por mais uma hora e resolvi que era hora de encarar meu primeiro dia. Não ousei tomar banho.

      Nesse frio, nenhum nordestino me julgaria! Fiz minha higiene, apliquei bastante BB cream, só pra garantir mais uma hidratação e fiz um rabo de cavalo. Coloquei meu jeans justo, botas, um punhado de blusas e um coat. 

      Mr. e Mrs. Thomas são um casal de meia-idade e eles receberão dois funcionários intercambistas de meio período.

      Eu e Ayla, uma cubana, ficamos juntas na cafeteria. Eles nos apresentaram as dependências do café e deixaram conosco a escolha dos horários.
      Como sempre, cedi a escolha a Ayla. Ela está com problemas com o fuso e preferiu ficar no segundo horário, pela tarde.
     
      Agradeci aos céus! Sempre gostei de começar tudo cedo e aproveitar o resto do dia. 

      Nossas tarefas eram simples, já que os bolos e tortas eram segredo de profissão. Preparar café nas máquinas não era grande coisa e aquele cheiro todo de cafeína me mantinha desperta. Ayla ficou organizando os materiais do lado de dentro e eu fui colocar as mesas. Hoje, ficaremos o expediente todo, como se fosse um treinamento. 

      Meus olhos custaram acreditar no que eu estava vendo. Pensei que talvez fosse um sonho, dentro de outro sonho. Só percebi que era verdade quando derrubei o potinho de flores na minha bota, que em seguida caiu no chão. 

      Tom White. Era ele! E estava atracando a guia na coleira do cachorro, que agora respirava esbaforido pela longa corrida matinal. Eu ainda não acreditava que estava vendo um dos atores mais lindos e desejados de Hollywood assim, correndo com o cachorro na vizinhança, na minha vizinhança!
Ayla estava parada aos meus pés, acho que ela ia juntar o vasinho, também embasbacada. 

      Quando eu teria sorte de falar com ele? Nunca! Ele só devia passar pela manhã e eu estaria trabalhando. Não havia nenhum modo de stalkear esse deus grego até em casa. 

— Creo que estoy loca — Ayla disse baixinho. — Não, querida. É ele mesmo, e nós somos meras observadoras. Mas vamos voltar ao trabalho, não seria bom levar uma bronca logo no primeiro dia. — Lhe disse, já apanhando o que havia derrubado.

      Nosso dia foi longo, mas logo pegamos o jeito da coisa. A partir de amanhã, eu teria uma motivação a mais para acordar cedo e vir trabalhar. 

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Nossa Senhora do Intercâmbio! O que vocês fariam no lugar da Alana, se vissem esse pedaço de pecado por aí?
Tô meio perdida. Se vocês estão gostando da história, me diz aí se eu continuo. Ela já está pronta, mas não sei se vai agradar.

Mr. White, Mr. Right Onde histórias criam vida. Descubra agora