Como meu médico havia me passado uma série de exercícios que me ajudariam no parto, então eu gastava algumas horas na academia de Tom.
Eu não falava com ele há mais de trinta e seis horas. Acho que as gravações estavam intensas. Chequei meu inbox e encontrei o mesmo de sempre, várias mensagens.
Mas as mensagens daquela conta se acumulavam e iam piorando à medida que eu as lia. Essa pessoa sabia onde eu ia com Steel. O que eu fazia, o que comprava. Até o que eu vestia!
Já passava das seis da tarde e eu estava sozinha, pois o horário do Steel já havia encerrado. Eu ficava mais tensa à medida que avançava nas mensagens.
Essa pessoa parou de falar bobagens e começou a monitorar Tom e a mim. Isso estava me assustando.
"Mais de 36 horas sem o seu... De que podemos chamá-lo? Ele nunca a pediu nem em namoro, não é? Mas eu posso tranquilizá-la. Ele está comemorando em um bar com a equipe"
Veio uma foto de Tom em uma mesa, cercado de pessoas.
Não respondi.
"Como vão seus treinos? Hoje você não demorou muito tempo na academia"
E muito mais mensagens foram chegando.
"Você sabia que ainda é possível fazer um aborto? Quer minha ajuda?"
"Esse blusão não te favoreceu. Afinal, você está ao lado de uma celebridade. Alguém poderia confundi-la com uma serviçal"
Eu entrei em pânico. Essa pessoa estava me vigiando! Essa era a roupa que eu usara esta manhã. Eu já não estava bem esses dois últimos dias sem conseguir contato com Tom e isso só piorou meu estado.
Comecei a hiperventilar. Decidi que seria melhor chamar Steel de volta. Peguei um sobretudo e desci as escadas.
Eu não podia me estressar e fazer o bebê correr riscos. Precisava falar com Tom, mas só dava fora de área. Comecei a procurar o contato de Steel enquanto descia. Eu caminhava me sentindo meio dormente.
Ding dong.
Entrei em pânico e deixei o celular cair antes que eu terminasse os últimos quatro degraus da escada.
Estava com muito medo àquela altura. A campainha tocou mais quatro vezes. Tom não tocaria a campainha. Quem quer que estivesse fazendo isso, queria me ver assustada e estava conseguindo.
Fui no inferno quando a fechadura começou a ceder ao uso de uma chave. Seria essa pessoa das ameaças? Fiquei na beira da escada, segurando no corrimão. Só se ouvia o som da minha respiração entrecortada.
A porta se abriu.
Não pude fazer muito mais do que perceber que meu visitante era minha sogra, pois desmaiei no ato.
Silêncio.
— Retirem-na com cuidado — Eu voltava aos poucos e me sentia estar em uma posição não muito confortável. Havia certa dificuldade em puxar o ar.
— A quanto tempo ela está assim? — Devia ser o socorrista.
— Não mais do que vinte minutos. A trouxemos assim que desmaiou. Ela está com pouco mais de 28 semanas — Minha sogra disse e eu tentava respirar.
— Saturação de oxigênio caindo... 89% Máscara! — os socorristas começaram a me examinar e aplicaram-me um soro.
Uma hora depois, eu estava num quarto. Minha sogra entrou sozinha.
— Alana? Sou eu, querida. Marianne.
Lhe estendi a mão para que se aproximasse.
Meus olhos já tomados pelas lágrimas só de lembrar do susto e o alívio de estar segura.
— Que bom que era você. Tive tanto medo — desabei.
— Precisamos conversar sobre isso — Ela disse. Eu tinha medo dessa frase.
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Ah, meu pai. Torçam pela Alana!E vamos aos agradecimentos do momento: Temos duas novas estreleiras por aqui. Sejam muito bem-vindas e obrigada pelos votos, user23752843 e AngelCullen4.
E o que dizer das minhas fiéis escudeiras, saraoliveira-95, VivianeSousa033 e julianaccruz? Eu amo vocês, sério.
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Mr. White, Mr. Right
RomanceOs clichês de filmes românticos acontecem quando menos se espera. Quem imaginaria que um intercâmbio em um mundo pós-pandemia renderia a Alana os melhores e piores momentos de sua vida? O destino - que as vezes usa pessoas e, nesse caso em especial...