Escola de Samba

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       Fazem dois dias que Tess retornou para o Brasil, pois ela tinha compromissos de trabalho.
      
        Eu conversava com Tom por vídeo sempre que ele tinha tempo livre. Ele já estava a par das mensagens e pediu acesso à minha conta para monitorá-las de perto por lá.

        Um motorista/segurança foi contratado para me levar à cidade para as consultas e tudo mais que eu precisasse fazer fora de casa.

       Tom insistia que ele deveria ficar comigo 24/7, mas eu não me sentia bem tendo alguém só esperando por mim sem fazer nada. Mesmo sendo pago para isso. Chegamos a um acordo de ser somente durante o horário comercial.

— O-oi? — Tom disse surpreso assim que atendi à chamada de vídeo. Eu tinha uma asinha de frango na boca.

— Hey! — Eu disse e continuei comendo. Eu estava com um desejo louco por asinha de frango apimentada.

— Eu não acredito que você fez suas famosas asinhas de frango ao molho búfalo e está comendo elas sem mim — Ele virou a cabeça para o lado, acho que identificando o molho, que provavelmente estava em toda a minha bochecha.

— Desejo é desejo, amor. Sorte que era algo fácil de conseguir. Não sei se o Steel iria tão longe por uma vontade minha.

— Ele não ousaria deixá-la sem qualquer coisa que desejasse — Tom garantiu.

— Você anda perdendo peso ou é a resolução? Tom, você não está indo além do seu limite, não é? — Ele parecia exausto.

— Claro que não, é que estivemos fazendo uns testes em locações mais difíceis. Devo passar mais de vinte e quatro horas quando formos gravar lá.

— Estou de olho em você, senhor.

— Por falar em estar de olho, o que são aquelas mensagens estranhas no seu DM? Eu acho que seria melhor pagá-las antes de você vê-las.

— Não apague. Por algum motivo, quero preservar todas elas.

— Você tem certeza? Isso poderia te estressar. Eu já pedi que a conta fosse rastreada.

— Tem alguma coisa que você não consiga fazer? E sim, tenho certeza — Okay, agora eu estava orgulhosa do meu homem.

— Estar aí com você agora. Kal também está com muita saudade — Ele abraçava nosso cachorro pelo pescoço e eu só admirava essa dupla linda, que agora era minha família.

— Eu amo vocês... Ouviu, Kal? Eu AMO vocês! — Eu disse, chamando-lhe atenção.

Woof!

       Tenho certeza que até o bebê estava participando dessa ligação, porque ele chutou.

— Tudo bem aí? — Tom se preocupou quando eu olhei para baixo, segurando a barriga.

— Sim. Só tem mais alguém participando dessa ligação agora... Com os pés! — Disse-lhe emocionada.

— É isso aí, bebê. Bota pra quebrar!

— Eu acho que não aguentaria esse entusiasmo todo. Além do mais, quando você puder engravidar no meu lugar, aí os próximos bebês podem comandar uma escola de samba inteirinha dentro de você — Eu ilustrei, só imaginando a cena e me debulhando em lágrimas de tanto rir.

— É... Nop. Acho que vou passar essa — Ele coçou a cabeça — Pega leve bebê — Susurrou para a câmera.

— Agradecida, senhor.

— Nós amamos vocês. Não é Kal? — Tom pediu confirmação.

Woof!

Rimos da nossa comunicação improvisada.

— Amor, eu preciso desligar. Mas falo com você antes de ir gravar. Não se esforce muito na academia e por favor, se apoie no Steel, ele está aí para isso. Eu amo você.

— Farei meu melhor. Eu amo você.

       No dia seguinte, fui ao supermercado e aproveitei para passar na cafeteria e ver Mr. e Mrs. Thomas. Acabei voltando cheia de Donuts de presente. 

Mr. White, Mr. Right Onde histórias criam vida. Descubra agora