Malas Brasileiras e Diamantes

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       Acordei e adormeci várias vezes, por conta da sedação. Finalmente, eu consegui manter os olhos abertos e analisei o quarto em que estava. 

       Tom estava adormecido ao meu lado e meus sogros também, só que em um pequeno sofá, ao lado. Devia ser madrugada. Me movi, tentando mudar de posição. 

— Veio para ficar? — Os olhos azuis de Tom se destacavam à meia-luz do quarto. 

— Eu nunca quis partir — E era verdade. 

       O olhar de Tom era puro amor e cuidado. Ele segurou meu rosto com a mão e destribuiu vários beijos. O último em meus lábios. Foi tão casto, quase com medo de me machucar. 

— Eu não vou mais permitir que você esteja aqui assim. Quero tê-la, responder por você. Assim que se recuperar, eu quero casar com você, Alana Fernandes Soares — Ele disse, retirando uma caixinha do bolso — Eu pretendia fazer um pedido com tudo o que você merece, mas não posso mais adiar isso. Não depois de quase perdê-la para sempre.

      Eu mal respirava de tanta emoção. Era possível explodir de amor? 

— Você aceita se casar comigo? — Ele disse, abrindo a caixinha. Havia um anel de prata, com formato oval, cravejado de minúsculos diamantes. 

— Sim, você sempre terá meu sim — Ele colocou o anel em mim e me deu um beijo longo o suficiente para ativar os sinais sonoros dos monitores. 

       Pela manhã, eu já estava muito bem desperta e impaciente para ver nosso filho. 

— Calma, amor. Já já alguém o trará — Mas nem Tom conseguiria me desacelerar. 

       Houveram batidas tímidas na porta. Era meu filho. Mas nada no mundo me preparou para ver minha irmã com ele no colo e minha mãe ao lado. Comecei a chorar na hora. 

— Mamãe! — Ela correu para mim e minha irmã me entregou o bebê. Eu não sabia para quem olhava. Passamos uns minutos tagarelando em português. Depois, me dei conta da ponte que deveríamos fazer entre o português e o inglês. 

— Você me ajuda? — Pedi à minha irmã que me auxiliasse nessa tradução. 

       De um jeito e de outro, nossas famílias se comunicavam bem. Os White nos deram algum tempo a sós. 

— Onde vocês estão ficando? — Eu estava curiosa. 

— Chegamos essa madrugada. Estamos na casa dos seus sogros — Minha irmã respondeu. 

— Ele se parece mais com o pai — Minha mãe disse, enquanto olhava para o bebê. 

— Já pensou no nome? — Foi a vez de minha irmã perguntar. 

— Pensei em algo com A e em homenagear o pai de Tom. O que acham de Arthur Colin Soares White? 

— Acho que ele vai amar. E eu já sei que está noiva. Tom me pediu para arranjar as coisas do casamento. Sua sogra também já começou a se organizar — Minha irmã era demais mesmo. 

— O que está achando daqui, mãe? É bem diferente do Brasil, não é? — Eu queria estar com ela em seu primeiro voo e tudo mais. 

— É sim. Frio também — Dessa vez eu ri, porque também sofri com isso no começo. 

— Você acha que viveria aqui? — Eu precisava saber. 

— Não, prefiro o Brasil. Ainda mais agora, que descobri que adoro viajar de avião!

        Todas nós ríamos. Não haveria problema algum em fazer essa ponte aérea. Eu sempre sonhei em poder dar isso à ela. 

Mr. White, Mr. Right Onde histórias criam vida. Descubra agora