Urgência e Emergência

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       Eu estava mais pesada que nunca. Precisava de ajuda até para pôr os sapatos. Ainda faltavam poucas semanas até o parto. 

       Aos poucos, fui envolvida pela família de Tom de uma maneira tão boa, que era fácil imaginá-lo crescendo nela. Como queria que ele estivesse aqui. 

       Eu havia adormecido em meu quarto vendo Netflix e acordei com a pior cólica da história das cólicas. 

— Marianne! — Meu grito rasgou a madrugada silenciosa na casa dos White. 

       Ela veio correndo, amarrando um roupão. 

— O que foi, querida? Está sentindo algo? 

— Cólica! É... Normal. Ter. Cólicas? — Eu serrava os dentes. Até meus quadris doíam como o inferno. 

— Acho que você está entrando em trabalho de parto. Vamos para o hospital. 

        Meu sogro também despertou e se apressou para buscar o carro. Marianne recolheu minha mala já pronta para partirmos. 

— Como você conseguiu passar por isso cinco vezes? — Perguntei entre uma contração e outra. 

— Se eu não tivesse passado, você não teria um Tom para chamar de seu — Disse ela, espirituosa. 

— Vou tentar colocar isso em mente. 

       Quando chegamos, minha bolsa estourou logo na entrada da emergência. 

       Por mais que eu quisesse tentar um parto normal, não havia passagem e o bebê já corria risco. Então, a epidural veio em boa hora. 

— Alana, vá tranquila. Tom já está no jatinho. Ele virá direto para cá — Ela me disse, sabendo que meu pensamento estava nele. 

— Diga a ele... Diga a ele que o amo. Ele foi a melhor coisa que me aconteceu. Dê um beijo em Koul, foi ele que nos aproximou — Eu dizia na pressa, enquanto era levada ao centro cirúrgico. 

— Você mesma vai dizer isso a ele — Marianne negava freneticamente com a cabeça. 

Bisturi. Bip. Pinça. Bip. 

       Eu esperava ansiosamente ouvir o chôro do meu bebê. Mas meus sentidos me traíam. Comecei a sentir um leve formigamento e a sensação de flutuar aumentava. 

       Consegui ouvir seu chôro, mas uma escuridão pesada me sugou. 

       Horas ou dias deviam ter se passado. Algo grande e quente segurava minha mão. Abri os olhos e vi Tom sentado ao meu lado. 

— Você veio — Minha voz estava fraca. 

— Oi, amor... Claro que vim — Ele disse e me deu um beijo. 

— Eu me sinto estranha, fraca. 

— Você nos deu um baita susto. Teve hemorragia e duas paradas respiratórias. Recebeu duas bolsas de sangue. Foi difícil trazê-la de volta — Tom me contava. 

— O bebê... 

— Sim, nosso menino lindo e forte. Ele está bem. Vou pedir para trazê-lo. 

— Como eu te amo — Eu disse, finalmente. 

       Marianne entrou no quarto nesse momento. 

— Não disse que você mesma falaria com Tom? — Ela disse feliz. 

       Minha mente estava confusa e pairava sobre o mesmo assunto. 

— De quem recebi sangue? — Perguntei. 

— Do banco de sangue do hospital, amor — Tom me respondeu. 

       Marianne saiu e quando voltou, uma enfermeira a acompanhava, com meu filho nos braços. O peguei e tentava encaixar traços de Tom aos seus. 

— De quem recebi sangue? — Eu perguntei, enquanto encarava encantada o bebê. 

       Tom me olhou confuso e pediu que sua mãe pegasse o bebê de volta. 

        Mas de repente, eu estava com muito sono e cedi. Só não imaginava que se tratava de outra hemorragia. 

Mr. White, Mr. Right Onde histórias criam vida. Descubra agora