Eu ainda não acreditava que estava na casa de Tom White, almoçando com ele e que ainda dormiria aqui.
Isso era surreal e ninguém jamais acreditaria se eu contasse.— Tem outro meio de entrar aqui, sem ser por onde entramos? — Perguntei espetando minha última batata com o garfo.
— Tem certeza que você não é vingativa, senhorita? — Tom achou graça da minha provocação.
— Estou prestes a passar mal. Ainda bem que não tem mais. Estava muito bom! O que tem para a sobremesa? — Ignorei sua pergunta fazendo-lhe outra.
Ele só conseguiu gargalhar da minha falta de modos.
— Acho que hoje você pode pular a sobremesa. Quer ir dar uma volta e queimar essas calorias? — Propôs Tom.
— Eu sabia. Nada vem de graça! Depende de onde seria essa volta.
Mas ele me tranquilizou — Pensei que gostaria de ver os cavalos.
Me animei na hora.
Deixamos Koul em casa e caminhamos lentamente até um puxadinho com duas baias. De longe, já podíamos ver o contraste entre os dois animais.
— Este negro magnífico é o Hector e o caramelo maravilla é Zeus — Disse ele com certo orgulho.
— Posso tocá-los? — Me aproximei timidamente.
— Oh, eu não faria isso. Eles costumam morder estranhos — Tom me advertiu rapidamente, mas caiu na gargalhada tão rápido quanto.
— Seu idiota! — Reclamei.
— Venha, me dê sua mão — Tom pediu e eu obedeci — Não tenha medo, eles conseguem sentir. Está tudo bem.
Lentamente, sua mão envolveu a minha. Ele entrelaçou nossos dedos e foi soltando aos poucos, à medida que pousava nossas mãos no rosto do cavalo. Aquilo me acalmou e me deu segurança.
— Posso soltar você agora? — Perguntou ele com a voz dez vezes mais grave.
— Sim.
Foi minha única resposta. Eu olhava o cavalo nos olhos. Era como se comunicar silenciosamente com ele. Fiz esse contato apenas com Zeus.
— Quer montar?
Aquilo não tinha como acabar bem.
— Não tenho certeza. E se ele me estranhar? — Encarei o cavalo realmente em dúvida.
— Depois desse momento, eu não diria que Zeus vá odiá-la por montar nele. Vamos, estarei com você.
Encorajada, consegui subir no animal.
— E agora?
— Agora você segura na rédea. Bata as pernas para ele avançar e puxe a corda contra si para fazê-lo parar. Esquerda e direita para virar. Tudo bem?
Aquilo parecia fácil para ele.
— Hmm... Acho que sim. Não me solte!
— Não soltarei.
Bati as pernas e o cavalo começou a caminhar devagar, mas me desesperei e bati mais ainda tentando fazê-lo parar.
— Puxe as rédeas! — Tom gritou quase perdendo-me para a velocidade do cavalo.
— Vai machucá-lo! — Eu gritei de volta. Eu não pensava na possibilidade de cair e quebrar uma perna, só no cavalo.
Tom agiu rápido. O cavalo ainda não corria, só começava a galopar, mas ele conseguiu segurar na rédea e pular atrás de mim. A curva forçada ajudou a diminuir a velocidade do animal.
— Calma... Calma... — Dizia ele em um tom calmo, alisando o lombo de Zeus.
Nesse momento eu já havia soltado as rédeas e me segurava na crina no cavalo.
— Você está bem? — Ele finalmente desviou sua atenção para mim.
Não consegui encontrar minha voz, só balancei a cabeça. Ainda tentava regular minha respiração.
— Segure-se em mim — O senti colocar minhas mãos em seu pulso que segurava as rédeas. Sua outra mão envolveu minha cintura — Você está a salvo. Respire.
Galopamos devagar de volta. Não havíamos ido muito longe.
Quando chegamos, Tom desceu primeiro, amarrou o cavalo e me ajudou a descer. Percebi também que não encontrava minhas pernas quando quase desabei de joelhos no chão.
— Perdão por isso. Foi muito irresponsável da minha parte — Ele me ajudou a sentar em um tronco de árvore enquanto colocava o cavalo de volta na baia.
Acha que consegue andar? — Tom se mostrava muito preocupado, e de certa forma, culpado
— Podemos tentar novamente amanhã? — Perguntei.
Eu sempre quis saber montar e não era uma situação boba que me faria desistir. Além do mais, eu não precisaria pagar pelas aulas.
— Eu não sei se parabenizo ou repreendo você! — Ele respirou aliviado.
— Claro que consigo caminhar, não estou machucada. Foi só um susto.
— Acho que preciso de uma bebida — Ele suspirou, aliviado — Vamos, Koul deve estar ansioso a essa altura.
Retornamos para casa, aliviados por eu ter saído dessa inteira.
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Boa noite, pessoas! Obrigada por estarem me acompanhando até aqui. Significa muito agradar vocês enquanto leitores. A plataforma anda me gongando com a pontuação. É que os travessões de alguns capítulos foram substituídos por traços. Isso me ocupou um pouquinho. Mas, pretendo postar mais dois ou três capítulos ainda hoje. Se possível, aperta nessa estrelinha à sua esquerda? 🤩
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Mr. White, Mr. Right
RomanceOs clichês de filmes românticos acontecem quando menos se espera. Quem imaginaria que um intercâmbio em um mundo pós-pandemia renderia a Alana os melhores e piores momentos de sua vida? O destino - que as vezes usa pessoas e, nesse caso em especial...