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Dulce

Retornei ao acampamento cavalgando tão rápido que o vento batendo em meu rosto até começou a fazer arder. Quando cheguei até lá, comecei a caminhar apressadamente até a tenda de Mirada, para avisar-lhe do que eu desejava fazer.

— Dulce? — fui parada por Emma. — Por que está com essa cara?

— Já sei qual será o meu gesto honroso. Quero matar a rainha de Seráfia!

— O que? Como pretende passar por tantos guardas até chegar nela? Acha que vão permitir isso?

— Emma, Christopher só não a matou ainda porque não quer começar uma guerra com o rei de Atenas. Estarei fazendo um favor a ele, então ele não irá nos atrapalhar.

— Quer matá-la por ele? — ficou séria. — Vai tirar ela do seu caminho, é isso?

— Não, Emma. Isso não é sobre Christopher, é sobre mim e sobre a minha mãe.

— Sua mãe? — franziu a testa.

— Ela queimou a minha mãe numa fogueira e agora eu quero que ela queime também. Quero que sinta a mesma agonia que fez a minha mãe sentir! — Emma ficou em silêncio, então eu desviei dela e continuei seguindo até a tenda de Miranda. — Miranda? — fui entrando.

— Olá, Dulce. — ela estava tomando chá. — Quer se servir? — perguntou gentilmente.

— Não, obrigada. Preciso pedir uma coisa.

— O que seria?

— Sabemos que eu tenho que realizar um gesto honroso para entrar oficialmente na linha de frente da segurança do acampamento. — ela assentiu. — Já sei o que fazer.

— Ótimo, diga-me.

— Matar a rainha Eliza, de Seráfia.

— Dulce... — desviou o olhar. — Isso é algo pessoal?

— Não vou mentir, é sim. Ela matou a minha mãe!

— O que? — ficou boquiaberta.

— Miranda, eu sei que você vai dizer que é perigoso matar alguém da realeza, mas esse não será o caso com Eliza. Christopher a quer morta a muito tempo, só não faz isso para proteger o povo de Seráfia. Se eu a matar, Seráfia estará protegida, terei feito um favor a todos e a única culpada serei eu.

— E depois vai passar a sua vida fugindo de Atenas? Vai trocar um caçador por outro?

— Não tem diferença para mim.

— Agora você foge da igreja, mas amanhã poderá estar fugindo de um pai furioso pela perda de sua filha. Tem muita diferença.

— Eu decido o que fazer com a minha vida.

— Está certa que será algo fácil e que nenhuma de nós irá se machucar?

— Eu lhe garanto.

— Muito bem. — assentiu. — Você nos comandará. Seguiremos as suas ordens.

— Amanhã haverá uma queima de bruxas, a praça pública estará cheia de súditos. Iremos libertar a bruxa condenada e queimar a rainha no lugar dela. Somente os guardas leais à igreja tentarão nos impedir, garanto que não são tantos comparados aos leais ao Christopher.

— Ótimo. Sairemos ao amanhecer. — eu assenti.

Na manhã seguinte, todas nós começamos a nos preparar para aquele grande ato. As arqueiras se manteriam a postos nos arredores da praça, mirando em qualquer guarda que ousasse ferir uma de nós, as que lutariam com espadas, com um contato direto.

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