32

1.1K 119 83
                                    

Christopher

Eliza ficou furiosa depois que eu ajudei Dulce a fugir de sua sentença. Minha odiável esposa se esforçou muito para passar seus últimos dias dedicando-se à uma caça incessante onde ela juntou os melhores caçadores de bruxa da região para encontrar especificamente a Dulce.

Eu continuava sem poder dar a minha opinião sobre aquilo e mesmo que eu não tivesse confessado, Eliza sabia muito bem que eu era responsável pela fuga de Dulce.

O bom disso tudo era que devido à fulga de Dulce, a igreja havia esquecido um pouco da caça às bruxas e quase nenhuma mulher estava sendo acusada e consequentemente, queimada.

Após um longo dia resolvendo as coisas do reino, eu resolvi tirar um bom cochilo para descansar. Quando ia passando pela porta dos aposentos de Eliza, a vi com um semblante pensativo, olhando para uma folha de papel com a tinta ainda fresca.

— O que tem aí? — perguntei entrando.

— Só um jeito de me ressarcir por ter perdido a queima da Dulce.

— Como assim? — sem pedir licença, eu peguei a folha de suas mãos.

Era um pedido para a igreja, ou melhor, uma exigência. Na carta, ela pedia para que o parente mais próximo de Dulce recebesse a sentença em seu lugar.

— Não vou deixar que mande isso. — eu disse seriamente.

— Não pode me proibir.

— Sim, eu posso. — rasguei aquela carta enquanto ela me observava.

— Acha que não posso escrever outra? E tem mais: eu e o bispo já conversamos sobre isso. A carta era apenas uma formalidade.

— Não pode assassinar a mãe da Dulce por causa dos seus caprichos!

— Posso se alegar que ela ensinou bruxaria para a filha. — sorriu de lado. — Não pode fazer nada, meu marido. Como já sabe, a igreja tirou qualquer liberdade que pudesse ter sobre o caso da Dulce.

— Céus... — respirei fundo. — Tudo bem, o que a impediria de permitir tamanha barbaridade?

— Quer fazer um acordo? — arqueou a sobrancelha.

— Não quero que mate a Blanca.

— Certo. Tem uma coisa que você pode fazer.

— Pode dizer.

— Ser o meu marido.

— Mas eu já sou! — franzi a testa.

— Ser meu marido de verdade. — caminhou para próximo de mim. — Eu quero que me toque como nunca fez antes. Estamos casados a muito tempo e você mal me beija.

— Por que quer isso? Que honra é essa se você não me ama?

— Dessa vez, não é uma questão de honra. Eu tenho necessidades e eu aposto que você não vai querer que eu mate as minhas vontades com outros homens.

— Pode ter certeza que eu não dou a mínima.

— Onde está a sua masculinidade, meu rei? Você tem uma bela esposa e basta satisfazê-la para que a mãe de sua amada não morra.

— Você sempre desce tão baixo... — mirei o chão, tentando me concentrar em fazer a coisa certa. — Uma noite. Uma única noite e você deixa a Blanca em paz.

— Feito! — sorriu. — Já pode abaixar as calças. — ela sentou numa cadeira de frente para mim e ficou me encarando.

— Agora? Não está falando sério!

Seráfia Onde histórias criam vida. Descubra agora