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Christopher

Voltei para o salão de festas com meu coração em mil pedaços. Aquela era uma dor que eu jamais havia sentido antes e naquele momento, tudo o que eu queria era cravar uma espada em meu peito.

Tudo deu errado em relação à Dulce e o que eu mais temia aconteceu. Agora ela me odiava e jamais se permitiria relembrar o quanto a fiz sentir bem em nossos momentos de amor.

Sentei-me no trono ao lado de Eliza, que estava a observar os súditos bailarem alegremente pelo salão.

— Coloque a sua coroa, querido. — ela disse ao ver a coroa em minha mão. Eu a coloquei de qualquer jeito e Eliza esquivou-se para ajeitar. — Parece incomodado com algo.

— Sim, eu estou e prefiro que não faça perguntas. — fui direto.

— Você é o meu marido, precisa me contar tudo o que se passa. — falou séria.

— Só estou cansado, querida. — ironizei. — Queria estar em minha cama dormindo.

— O que você estava fazendo na cozinha? — arqueou a sobrancelha.

— Como sabe que eu estava lá? — franzi a testa.

— Um dos meus serviçais de Atenas me contou. Disse-me que você ficou a sós com uma moça enquanto Edgar e a cozinheira esperavam do lado de fora. Quem era a moça? — olhou-me com desconfiança.

— Alguém que eu nunca mais verei. — disse apenas e Eliza me olhou irritada. — O que quer que eu diga? — bufei.

— Quero que me diga a verdade.

— Você vai calar a boca? — ela deu de ombros. — Ela era uma mulher que eu conheci a um tempo. Eu só estava me despedindo.

— Uma amante? — riu pelo nariz. — É bom saber que dispensou os seus casos. Não quero ser conhecida como a rainha de vários chifres.

— Será que eu já posso me casar com outra mulher? — perguntei mais para mim mesmo.

— Até que a morte nos separe, querido! — exclamou e eu revirei os olhos.

Suportei aquele baile por horas, fingindo estar super satisfeito com o casamento e a minha nova posição real. A verdade era que eu detestava tudo isso que estava sendo imposto a mim. Apesar de ser a figura mais poderosa em Seráfia, sentia-me um prisioneiro.

— Gostando do baile, majestade? — Faustus disse, aproximando-se de mim com um sorriso no rosto.

— Não, eu quero descansar. Parem a música e mandem essas pessoas irem embora. — falei.

— Vossa majestade precisa entender que esse baile é de extrema importância para a nobreza. — ele ficou sério.

— Agora eu sou o rei, correto? Não tenho que seguir nenhuma norma, eu faço o que quero. Acabem com esse baile agora mesmo! — ordenei.

— Sim, majestade. — Faustus curvou-se e se retirou.

— É a nossa festa de casamento e você vai simplesmente parar a comemoração? — Eliza, que até então estava em silêncio, protestou.

— Não comece. — eu disse.

— Francamente... — ela saiu de seu trono, indo em direção à mesa de frutas.

— Irmão! — Anahi veio até mim acompanhada de seu noivo, Alfonso. — Alfonso gostaria de cumprimentá-lo! — ela sorriu alegremente.

— Não tivemos a chance de nos conhecermos antes, majestade. Quero parabeniza-lo por seu matrimônio e pela belíssima cerimônia de coração. — ele se curvou.

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