10

1.3K 134 39
                                    

Dulce

Eu me sentia consideravelmente nervosa. Era como se o sangue que corria em minhas veias estivesse esquentando, a ponto de eu me sentir queimando por dentro.

Daniel me beijava por completo, sem deixar de estar perto dos meus lábios o máximo possível.

Os beijos que compartilhamos antes eram bem diferentes dos beijos que estávamos sentindo agora. Esses eram cheios de desejo, não deixando nenhum espaço para pensamentos que não tivessem relação com tocar o corpo um do outro.

Para mim, uma sensação nova, que me deixava curiosa e com vontade de ir além, ver do que o meu corpo era capaz e até onde eu poderia me sentir assim. Já para ele, parecia algo instintivo e ele estava apenas obedecendo os comandos que o seu corpo naturalmente lhe dava.

Daniel colocou suas mãos por baixo da minha saia e a subiu, tocando minhas pernas com firmeza. Era a primeira vez que alguém tocava em meu corpo de forma tão íntima e curiosamente, tudo isso só me fez querer mais.

Ele me abraçou, enterrando seu rosto em meu pescoço, usando seus lábios para depositar carícias ofegantes sobre a minha pele. Ele abaixou uma das minhas alças, deixando meu ombro à mostra e começou a beijar aquela região com delicadeza, me dando arrepios por todo o corpo.

— DANIEL!!! — ouvimos um grito em meio à chuva que caía lá fora.

No mesmo instante, Daniel saiu de cima de mim e ajudou-me a levantar também. Ele fechou os botões de sua camisa e eu ajeitei o meu vestido que estava amarrotado.

— Parece a voz do Edgar. — ele disse, caminhando em direção à saída da caverna. — Ali está ele! — Daniel acenou.

— Imaginei que estivesse aqui com a Dulce! — montado em seu cavalo, Edgar entrou na caverna, respirando fundo, parecendo muito nervoso. — Nós tivemos que vir mais cedo.

— Por que? O que houve? — Daniel perguntou.

— O rei... — Edgar olhou para o teto como se estivesse procurando as palavras certas. — A dois dias, ele se feriu em um portão velho, mas nós achamos que não era nada demais.

— Vá direto ao ponto. — Daniel pediu.

— A ferida começou a ficar cada vez mais feia e agora o rei está doente. Está febril, sentindo dores intensas por todo o corpo, dores que o fazem se contorcer de tão fortes.

— O que? — Daniel ficou boquiaberto. — Eu tenho que ir até o castelo! — colocou as mãos sobre a cabeça.

— Ei, calma. Tenho certeza que farão o necessário para cura-lo. — falei me aproximando e colocando a mão em seu ombro.

— Eu tenho que ir. — ele segurou minhas mãos. — Edgar a levará até em casa, tudo bem? — eu assenti. — Talvez eu não possa vê-la amanhã, vai depender do estado do rei. Eu tenho que protegê-lo agora que está vulnerável.

— Tudo bem, eu entendo.

— Dulce, aqui! — Edgar me entregou sua capa. — Proteja-se da chuva.

Daniel me ajudou a montar no cavalo de Edgar e antes de partirmos, ele deu um beijo carinhoso em minha mão.

Chegamos até a aldeia e eu pedi que ele me deixasse na casa de Angelique, que era mais próxima do que a minha. Bati duas vezes na porta e ela abriu.

— Meu Deus, Dulce! — ela me puxou para dentro e fechou a porta. — Está encharcada! Senta aqui, vou te preparar um banho quente. — apontou para uma das cadeira e eu sentei.

Seráfia Onde histórias criam vida. Descubra agora