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Christopher

Eu tive uma longa manhã de caça com alguns dos guardas e voltei para o castelo com muitos cervos para o jantar.
Entrei no castelo indo direto para a cozinha beber um pouco de água e avistei Maitê picando alguns legumes.

— Christopher! — ela correu até mim. — Você demorou, o Edgar te procurou por toda parte!

— Eu gosto de caçar com calma. — sorri. — Por que ele estava me procurando?

— Senta! — ela me empurrou até que eu sentasse em uma cadeira.

— Calma, parece aflita. — franzi a testa.

— Claro que eu estou, prenderam a Dulce por bruxaria!

— O que? — fiquei boquiaberto. — Como assim? Por que? Como? Onde? — coloquei as mãos sobre a cabeça sentindo minha mente ficar confusa.

— Acharam um livro com rituais na casa dela. Ela acha que foi o Ronald quem o colocou lá e depois a denunciou.

— Ela está nos calabouços? Vou mandar que a soltem! — fiquei de pé.

— Só tem um único problema. — mordeu o lábio inferior como se estivesse sem jeito de falar.

— Diga-me.

— A rainha alegou que Dulce era sua amante e que o enfeitiçou para que a amasse e lhe desse tudo o que ela quisesse. Com isso, a igreja interviu no caso e você não pode fazer nada sobre a Dulce.

— Não, eles não podem fazer isso, eu sou o rei! — berrei.

— Quando se trata de bruxaria é a igreja quem toma as decisões, você permitiu que fosse assim.

— Não! Não! Não! — eu dizia batendo em minha própria cabeça. — O que eu vou fazer?

— Nós vamos pensar em algo, todos nós. — colocou a mão sobre o meu ombro. — Não iremos permitir que a Dulce seja morta.

— Eu preciso ir até a aldeia. — fui caminhando em direção à saída.

— O que vai fazer?

— Ameaçar o Ronald. Ele precisa confessar que colocou aquele livro na casa dela. — Maitê assentiu.

Fui andando apressadamente pelos corredores do castelo, disposto a pegar o meu cavalo e pressionar Ronald até que ele fizesse a coisa certa.

— Majestade! — fui parado por Faustus. — Preciso mantê-lo informado da atual situação sobre a caça às bruxas.

— Já sei que prenderam a minha amante. — eu disse de forma séria.

— Majestade, quero que saiba que eu estou ao seu lado. Todos os reis possuem amantes, até mesmo vossa majestade rei Victor possuía algumas. E também sei como as rainhas podem ficar furiosas ao ponto de mandar matá-las.

— Eliza? A Eliza está trancada.

— Não contaram? — neguei com a cabeça. — A igreja mandou que a soltassem. Acham que os feitiços de sua amante o motivaram a trancar a rainha.

— Claro! Eu disse que não era para deixar o padre vir vê-la! Eu sabia que ela não queria se confessar, estava tramando tudo isso! Faustus, eu quero que deixe bem claro para todos no castelo que não me importa se vou desagradar a Deus ou não, eu darei um jeito de mudar esta maldita lei e ninguém além de mim tomará decisões sobre a vida de alguém nesse reino! — dizendo isso, eu continuei o meu caminho para a saída do castelo, muito mais furioso do que quando entrei.

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