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Dulce

Daniel acabou ficando para o jantar e elogiou a comida da minha mãe o tempo todo. Ela, por sua vez, parecia muito interessada em conhecê-lo melhor, o enchendo de perguntas sobre a sua família.

Ele contou sobre Anabel, sobre sua falecida mãe e seu pai, que também havia sido guarda real assim como Daniel é agora. No final, ele e minha mãe estavam se dando cada vez melhor e eu podia prever que assim que ele saísse, ela começaria a falar o quanto Daniel era um bom partido.

— Ele é um rapaz de ouro. — ela disse enquanto tirávamos as coisas da mesa. — Estou feliz que tenha encontrando um bom homem para a sua vida.

— Mamãe, ainda não assumimos nada sério, estamos apenas nos conhecendo.

— Eu já gosto muito do Daniel e tenho certeza que ele será um excelente marido. Ele é educado, é fino, gentil, sabe como prender a gente numa conversa e é muito bonito. Os filhos de vocês serão lindos!

— Mamãe! — eu ri. — Está enxergando muito longe.

— Estou enxergando o que vai acontecer. Eu vejo o modo como vocês se olham. Estão tão apaixonados um pelo outro! — sorriu.

— Sim, estamos. Mas como eu já disse, não assumimos nada sério.

— Tudo bem, sem pressa.

Acordei muito cedo na manhã seguinte e antes de ir até a venda, eu fui até a livraria devolver os livros que havia pegado com o Ronald. Quando entrei, ele estava perto de uma das prateleiras, lendo um livro.

— Bom dia. — eu disse me aproximando.

— Olá, Dulce, bom dia! — sorriu.

— Vim devolver os livros. — entreguei para ele.

— Você lê muito rápido!

— Quando a história é boa, a gente sempre quer saber mais.

— É verdade. — assentiu. — Faz alguns dias que não a vejo, o que anda fazendo depois do trabalho?

— Eu... bem... — eu não queria dizer que me encontrava com o Daniel e acabar num clima pesado. — Nos últimos dias, eu não tenho saído para nenhum lugar após o trabalho. — disse por fim.

— E o que vai fazer hoje? Eu irei pescar e pensei que você gostaria que eu a ensinasse, lembro que sempre quis aprender.

— Ronald, eu não acho que isso seja uma boa ideia. — desviei o olhar.

— Por favor, não vai ser nada demais. — segurou minhas mãos. — Não pode parar de ser minha amiga só porque está apaixonada por outro homem. Nós sempre fomos muito unidos.

— O problema é que você gosta de mim e eu não quero te dar falsas esperanças.

— E eu não quero que você saia da minha vida. Eu entendo que nunca será minha, mas pelo menos continue sendo minha amiga.

— Eu sou sua amiga e é por isso que estou te aconselhando a me evitar. Não podemos ficar saindo juntos.

— Dulce...

— Ela já disse que não quer! — Maitê surgiu de repente, segurando um livro de receitas.

— Não chamei a meretriz na conversa. — Ronald falou com grosseria.

— Ela não é meretriz! — a defendi.

— Só porque agora trabalha no castelo, não quer dizer que limpou toda a sujeira da vida antiga! — ele insistiu.

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