37

1.1K 115 69
                                    

Christopher

Eu, Edgar e outros generais, montamos um bom plano de batalha. Tudo o que nos restava era passá-lo ao resto de nosso exército e às bruxas, que aceitaram nos ajudar após eu lhes prometer que seriam perdoadas pela igreja.

— E os novos sacerdotes? — perguntei para Faustus após minha última reunião sobre a batalha.

— Já foram convocados e chegarão ao castelo amanhã. E claro, serão devotos à vossa majestade e farão tudo o que quiser.

— Ótimo! Não quero mais cometer o erro de deixar a igreja autônoma.

— Devo avisar-lhe que recebemos a primeira carta de Atenas. — ele me entregou o envelope. — Como deduzimos, o rei está disposto a matar todas as bruxas envolvidas na morte de sua filha. Ele também soube que vossa majestade pretende protegê-las e alertou que se seguisse com isso, declararia guerra.

— Mande uma carta em resposta dizendo que as bruxas serão protegidas e que se qualquer guarda do exército de Atenas ousar pisar aqui, será morto.

— Uma declaração de guerra muito explícita, majestade.

— Uma hora teremos que lutar.

Os dias que se seguiram marcaram uma tensão nunca sentida antes naquelas terras. A última vez que Seráfia envolveu-se numa guerra, não foi de forma direta, foi em apoio a um reino vizinho. Meu pai era muito mais novo do que eu na época e em toda a sua vida, nunca teve que estar num campo de batalha.

Recebi os novos sacerdotes, nomeei oficialmente o novo bispo e após uma doação generosa de minha parte, ele redigiu uma carta oficial que perdoava qualquer bruxa que lutasse ao meu lado contra o reino de Atenas.

Rei Augustus mandou sua declaração oficial de guerra e na nossa última noite de paz, eu fiquei com a Dulce. Na manhã seguinte, nos reuniríamos com Miranda para que eu lhes passasse o plano de guerra.

— Como se sente? — Dulce perguntou, deitada em meu peito após termos terminado de fazer amor.

— Ansioso para que isso tenha um fim logo. E você?

— Confesso que com um pouco de medo. Eu sei como termina uma guerra e não gosto nada da ideia.

— A guerra acaba quando um dos reis morre e esse rei não serei eu.

— Estamos nos arriscando demais. — ela sentou e me olhou com uma expressão preocupada. — Às vezes, me bate um arrependimento.

— Do que?

— De ter vindo aqui e queimado a Eliza.

— Foi o primeiro passo para ficar livre, além disso, ela matou a sua mãe.

— Ela estava esperando um filho seu. — desviou o olhar.

— Já conversamos sobre isso.

— Mas eu sei que queria aquele herdeiro, então eu tomei uma decisão.

— Que decisão? — eu sorri, já imaginando o que seria.

— Após a guerra, se nós vencermos...

Quando nós vencermos. — a corrigi e ela sorriu.

— Quando nós vencermos e estivermos de volta ao reino, eu quero tentar engravidar.

— Mesmo? — cheguei mais perto dela.

— Sim. Eu quero ter um filho seu.

— Eu quero ter muitos filhos com você. — acariciei seu rosto. — Não pensou nisso como uma forma de se redimir pelo filho que Eliza carregava, não é? Te juro que tudo já foi esquecido.

Seráfia Onde histórias criam vida. Descubra agora