Uma Mão Amiga

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-Vem. - disse ele, se abaixando e passando o braço dela sobre o seu ombro e a erguendo.

-Obrigada. - Agradeceu ela.

-Eu é que devo agradecer. Você salvou a vida da Juleka mesmo estando ferida e correndo risco de vida. - disse ajudando ela a descer os degraus.

-Alguns cacos de vidro não vão me matar. - disse ela com um sorriso, apesar da dor.

-Não estou me referindo aos cacos. - disse ele sério - Luka ia realmente te matar.

-Eu sei que ia.

-E mesmo assim decidiu seguir em frente? - questionou incrédulo - Por acaso você sabia que eu ia te defender?

-Não. Isso sim foi uma surpresa para mim. E... obrigada por isso também.

-Você é doida, sabia?

Ela riu, mas fez uma careta por causa da dor. Demorou um pouco para eles descerem todos os degraus, mas depois que o fizeram, eles foram para a cozinha. Ele a sentou em uma das cadeiras e se abaixou a sua frente.

-Como conseguiu ficar assim? - perguntou a analisando.

-Digamos que eu sou uma pessoa bastante... atrapalhada. - declarou ela.

-Você foi buscar plantas, e voltou cheia de cacos de vidro. - ele ergueu uma sobrancelha - O que aconteceu?

-Eu terminei derrubando alguns vidros e fiz uma bagunça. Quando eu estava para sair, pisei em um dos meus potes e cai em cima dos cacos de vidro. - declarou ela.

-Está brincando? - ela negou - Não acredito. - ele começou a rir.

-Isso, ria da minha desgraça.

-Desculpa, é que é realmente cômico. Você entra na frente de uma flecha, corta ela ao meio, mas se atrapalha com uma bagunça feita por você mesma?

-Tem razão, é cômico. - ela riu, mas se contraiu por causa da dor.

-Deixa eu cuidar disso.

-Não precisa, eu sei me virar.

-Deixa eu cuidar de você. Você ajudou a gente de mais em apenas um dia. Deixa eu fazer algo por você.

-Eu não faço as coisas esperando algo em troca.

-Eu percebi isso. Mas mesmo assim, deixa eu te ajudar.

Ela viu aqueles lindos olhos verdes e o sorriso tão gentil e convidativo, que acabou cedendo.

-Tudo bem.

Ele sorriu. Ele se levantou e foi até os velhos armários da cozinha. Pegou uma pequena tigela de ferro, e alguns panos velhos. Ele colou tudo sobre a mesa e se aproximou dela novamente. A pegou pelo braço, erguendo ela, e a colocou sentada sobre a mesa. Com uma adaga, ele tirou o caco de vidro que estava preso na perna dela. Estava fundo, porém ela não emitiu um ruído se quer, quando ele o removeu. Ele colocou o pedaço de vidro dentro da tigela. Ele voltou a se erguer, ficando a frente dela.

-Você vai precisar levantar a blusa, até onde estão os cacos. - disse ele.

Ela corou e virou o rosto. Ele sorriu. Até envergonhada ela ficava linda. Ela tirou sua capa e com dificuldade, ela tentou tirar a camiseta. Ele não entendeu o motivo dela estar tirando a blusa toda, até que percebeu que havia cacos de vidro próximo aos seios dela. Agora era a sua vez de ficar corado. Ela era realmente linda. Suas curvas...seus seios... Sentiu um desejo enorme me tomar ela em seus braços e a beijar até perder o fôlego. Mas não era certo. Mal se conheciam, e além do mais, estava ferida. Ele engoliu a saliva com dificuldade e se forçou a se concentrar no que devia fazer.

Entre Máscaras e ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora