Planos

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Na manhã seguinte, Adrien estava em pedaços, assim como todos no castelo. Ninguém havia conseguido dormir direito. No café da manhã, poucos tiveram forçar para comer. Rose nem se quer saiu do quarto. Adrien preparou o café da manhã para ela e levou até o quarto da mesma. Ele bateu na porta, mas ela não respondeu.

-Rose, sou eu, Adrien. Estou entrando, Ok?

Ela não respondeu, mas mesmo assim ele entrou. Ela estava deitada, encolhida em baixo das cobertas. Ele se aproximou, deixou a bandeja sobre a cama e se sentou perto dela. Ela estava de olhos abertos, olhando pela janela. Seus olhos azuis, que brilhavam pela alegria que carregavam, agora estavam nublados pela dor que sentia.

-Bom dia, bonequinha. - disse Adrien com suavidade - Trouxe seu café da manhã.

-Obrigada, mas não estou com fome. - respondeu ela com a voz rouca e se encolheu um pouco mais.

-Eu sei que não. Mas você não comeu nada ontem, e não pode ficar sem comer hoje também. Se você ficar doente, vai ser um problema, porque a Mari não está aqui para fazer um remédio.

-Se ela estivesse, a Juleka ainda estaria viva, não é?

-É impossível saber. Marinette é boa, mas...as vezes o destino é insistente e cruel.

-Por que ela? Ela sempre foi tão boa e gentil. Ela não merecia isso. Por que eu não fui no lugar dela?

-Todos sofreriam do mesmo jeito, Rose. Não adianta nada trocar uma vida pela outra, se o vazio vai continuar.

-Eu queria que ela estivesse aqui. - ela voltou a chorar.

-Vem aqui.

Adrien segurou o braço dela e a fez se sentar, então a abraçou. Ela se encolheu nos braços do loiro e deixou as lágrimas caírem.

-Eu sei que dói. Sei mesmo. Mas ficar deitada o dia inteiro, sem comer, e sem fazer nada, não vai ajudar. Só vai deixar as coisas piores. Você acha que ela iria ficar feliz em saber que você desistiu?

-Mas eu não consigo. Eu não tenho mais forças.

-Eu te ajudo. Um passo de cada vez. Se você mostrar para os outros que consegue ficar de pé, todos também vão se esforçar para ficar de pé. Então vamos fazer isso juntos?

Ela se afastou, secou as lágrimas com as costas das mãos e respirando fundo, ela olhou para Adrien e assentiu. Adrien sorriu mesmo estando abatido e lhe entregou a bandeja.

-Coma um pouco, vai ajudar. Mas não precisa forçar a comida. Coma só o que aguentar.

-Tudo bem.

-Volto daqui a pouco. Ou se quiser, te esperamos lá em baixo.

-Obrigada, Adrien.

-Não precisa agradecer. Somos uma família, e cuidando uns dos outros.

Ele se levantou e saiu, deixando a pequena loira sozinha novamente. Ao chegar na cozinha, a encontrou vazia. Ele foi até a sala e encontrou metade deles espalhados pela sala, cabisbaixos. Ele suspirou.

-Luka, poderia chamar os outros, por favor? - pediu Adrien.

-Claro! - respondeu o azulado.

Luka se levantou e saiu. Adrien esperou até que todos chegassem e assim que todos se reuniram, ele se colocou entre eles.

-Sei que o momento é de luto, e como todos aqui, sofro pela Juleka. Ela era como uma irmãzinha para mim. Mas não podemos nos deixar levar pela dor e pela tristeza. Infelizmente, isso é um luxo que não temos tempo de adquirir. Se não agirmos logo, mais pessoas irão morrer, inclusive uma que faz parte da nossa família. Marinette se sacrificou para salvar as nossas vidas e agora, temos que fazer o possível para salvar a dela.

Entre Máscaras e ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora