Confiar ou não?

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Marinette estava cavalgando lentamente por dentro da floresta, rumo ao chalé. Suas feridas ardiam. Sua cabeça estava começando a pesar, mas se forçou a ficar alerta. A alguns metros de distância do chalé, ela viu tudo ao seu redor rodar, e sem perceber, despencou de cima do cavalo. Copa parou e abaixou sua cabeça, instigando Marinette a se levantar. Ela se forçou a ficar em pé, mas seu corpo não a obedecia. Havia perdido muito sangue e estava fraca. Ela se arrastou até uma árvore e se encostou. O cavalo a cutucou com o nariz e ela sorriu.

-Estou bem, amigo. Só preciso... descansar...um pouco.

O cavalo relinchou em protesto, como se percebesse o que poderia acontecer, se ela se entregasse ao sono. Aos poucos, ela fechou os olhos e caiu em um sono profundo.

Enquanto isso, no castelo em ruínas, Adrien se sentava no pequeno sofá da sala e pensava no que havia ocorrido a alguns minutos atrás. Havia realmente sucumbido ao desejo, e tentado beijar Marinette. Uma garota que conhecera em poucas horas. Não sabia o que estava acontecendo com sigo. Desde o momento em que entrará naquele castelo, pessoas misteriosas apareciam e mexiam com sua cabeça. Primeiro a dama de vermelho, que havia partido sem nem ao menos dizer seu nome. Em seguida, Marinette, que loucamente, entrou na frente de uma flecha para salvar uma corça e colocou sua própria vida em risco, para salvar uma garota que nem ao menos conhecia.

Ao se lembrar da cena deplorável que havia ocorrido no quarto de Juleka, se lembrou das frases ditas pela azulada. Ele se colocou a pensar. Ela era misteriosa, e claramente estava escondendo alguma coisa. Era realmente habilidosa em uma luta. Era ágil como um coelho, rápida como um beija-flor, feroz como uma leoa, delicada como as pétalas de uma rosa, linda como a mais bela jóia. Uma arborista, com coragem e determinação. Ele não conseguia parar de pensar nela. Era como se nada mais existisse, só ela. Ao lembrar do quase beijo, ele sorriu sozinho e coçou a nuca. Luka apareceu e se sentou ao seu lado.

-Ela já foi? - perguntou Luka olhando para o teto.

-Já. Ela precisa cuidar dos próprios ferimentos. - respondeu Adrien.

-Sabe por que ela está ferida?

-Ela se atrapalhou quando foi pegar as plantas e acabou caindo sobre os cacos de vidro. - ele riu baixo.

-E você acredita nela?

-Luka, ela acabou de salvar a vida da sua irmã. - disse Adrien o encarando - Ela salvou a vida da Juleka, mesmo você querendo MATAR ELA!

-E teria feito, se você não tivesse se metido. - ele olhou para Adrien severamente.

-Se você tivesse matado ela, a Juleka estaria morta.

-Você não acha estranho ela ter sido a única a detectar esse tal "veneno"? Minha irmã foi examinada por diversos médios, até os médicos do palácio, e nenhum deles descobriu o que ela descobriu.

Adrien se pôs a pensar. Ele tinha razão, mas mesmo assim, acreditava em Marinette.

-Não acha estranho ela morar tão longe da aldeia? Não acha estranho ela fugir de alguns assuntos? Tipo a irmã dela ou de onde ela vem. Nem mesmo o sobrenome dela nós sabemos.

-E nem ela sabe os nossos.

-Por que temos um segredo. Somos fugitivo. Temos um motivo, e ela?

Adrien estava prestes a lhe dar uma resposta, mas ouviu batidas fortes na porta. Eles se levantaram, e correram até a porta. Adrien segurou a maçaneta e olhou para Luka, que por sua vez, estava empunhando sua espada. Quando o azulado deu o sinal, Adrien abri a porta e se afastou. Um cavalo agitado e nervoso entrou no lugar, relinchando e erguendo suas patas dianteiras. Luka se afastou. Adrien logo reconheceu o cavalo.

Entre Máscaras e ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora