Adrien se deitou de lado, ao lado de Marinette. Ele pegou uma mecha de cabelo dela e começou a brincar. Marinette virou a cabeça e olhou para ele.
-Você fica lindo de óculos. - disse ela.
Adrien se surpreendeu. Ela nunca o havia elogiado. Bom...pelo menos não diretamente.
-Você deve estar cansada. Toma banho e dorme um pouco. - disse ele.
-Não posso. Tenho que fazer as entregas. É importante.
-Tudo bem. Eu vou com você.
-Não. É perigoso, os guardas ou alguém, pode te reconhecer.
-Não me importo. Eu vim para ficar do seu lado.
Marinette sorriu. Ela segurou a mão do loiro e se sentou na cama.
-Então vamos. - disse ela - Já estou um pouco arrasada.
Marinette se levantou e logo depois Adrien. Ela pegou sua bolsa e deixou atravessada em seu ombro. Adrien pegou sua capa e juntos saíram do quarto. No pé da escada, Marinette parou, respirou fundo e de maneira rápida, andou até a porta de cabeça erguida e focando na porta. Eles saíram sem nem olhar para a sala de jantar. Adrien estava para ir pegar seu cavalo, mas Marinette o impediu.
-Não vamos a cavalo. - disse ela.
-O quê? Por que não? É mais rápido.
-O mais rápido nem sempre é o mais seguro. Andar a cavalo chama muita atenção. Vamos.
Adrien deu de ombros e se colocou ao lado dela, andando lado a lado com a azulada. Na calçada da cidade, pessoas iam e viam, algumas com pressa e outras com mais tranquilidade. Durante todo o caminho, Adrien via diversas pessoas maltrapilhas, e alguns deitados ou sentados no chão pedindo alimento ou dinheiro. O coração de Adrien se contraiu ao ver uma garota de aproximadamente 17 anos, com uma criança nos braços.
-Não sabia que a cidade estava tão mal. - disse o loiro.
-As coisas já andavam difíceis na época da rainha Sabine, mas quando o rei Gabriel assumiu, as coisas desmoronaram de vez. Pessoas perderam empregos, crianças saíram das escolas por causa da falta de verba e da falta de dinheiro das famílias para comprar material, famílias perderam as casas, tudo desabou. As pessoas ficam doentes com facilidade, por causa da falta de alimentação e por ficarem nas ruas dessa maneira. Algumas pessoas tentam ajudar. Como o Sam, que faz shows beneficentes.
-Então o show que você cantou...
-Era um show beneficente, para conseguir comprar alimentos, para alimentar pelo menos metade da cidade.
-Apenas metade?
-Não é tão fácil. As coisas estão mais caras, e as pessoas que ajudam com dinheiro e outras coisas, não são ricas ou coisa do tipo. São milhares de pessoas, milhares de bocas para alimentar, milhares de pessoas para aquecer e milhares de pessoas para curar. E nós mal chegamos a 300 colaboradores.
-Meu pai não se importa com nada e nem ninguém, que não lhe proporcione riqueza. - Adrien ficou cabisbaixo.
Marinette encostou a cabeça no braço dele e erguendo os olhos sorriu. Adrien entendeu a intenção dela e sorriu. Não era necessário palavras, para que ela conseguisse atingir o coração do loiro. Apenas ver aqueles lindos olhos azuis, frios como o gelo, ele conseguia se sentir mais leve, mais calmo. Mais algum tempo de caminhada depois, eles pararam na frente de um prédio de cinco andares, completamente em ruínas. As paredes quebradas, pedaços faltando, vidros quebrados, galhos, folhas, pedras, terra e lixo, espalhados por todos os lados.
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Entre Máscaras e Reinos
RandomEm um mundo onde a tecnologia é bem mais avançada, mas os homens são governados por reis e rainhas, uma jovem garota, luta para sobreviver e se esconder do tirano rei Gabriel Agreste, que governa seu reino com ganância, crueldade e indiferença para...