O Tempo Parou a Saudade Chegou

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Adrien já estava ficando angustiado. Fazia três dias que Marinette havia partido para a cidade, e ainda não havia dado notícias. Nos últimos dois dias, Adrien havia ido ao chalé no mínimo sete vezes, para checar se ela não havia chegado. Decidiu ficar de vigia entre o segundo e o terceiro dia, para ver se a via chegando pela madrugada, porém nada aconteceu.

O loiro estava sentado sobre o telhado, apenas na companhia das estrelas, da Lua, e de seu fiel Kwami, Plagg, que estava deitado sobre a sua cabeça. Seus olhos não saiam do caminho da floresta por onde ela havia partido. Estava para entrar no quarto dia, e nada dela aparecer. Ela havia dito dois dias. Poderia ter acontecido alguma coisa com ela? Estaria com problemas? Correndo risco de vida? Ele estava agoniado e queria ter notícias dela. Se xingou diversas vezes, por não ter pensado em dar a ela um comunicador. Havia sempre alguns extras, caso um dos de alguém do grupo quebrasse, o que era muito raro de acontecer. Ele suspirou pela vigésima vez, em menos de meia hora.

-Se continuar assim, você vai acabar com o ar do mundo em apenas uma noite. - disse Plagg.

-Ainda está acordado, Plagg? - disse Adrien surpreso.

-É impossível dormir com essa sua inquietação. - reclamou o Kwami.

-Ela não aparece logo. Estou preocupado.

-Não adianta você ficar aqui parado como uma estátua, olhando para o mesmo lugar. Você acha mesmo que ela viajaria durante a madrugada?

-Tem razão. Mas já era para ela ter voltado. Será que aconteceu alguma coisa?

-Tenho certeza que ela sabe se virar. Você viu como ela acabou com seu amigo, Kim.

-Mesmo assim não consigo deixar de ficar preocupado. Quanto mais eu penso em um motivo para ela ter passado do prazo de retorno, mais eu penso em possíveis problemas que ela tenha se envolvido.

Adrien esticou as pernas, se sentando na beirada do telhado. Adorava sentir o sopro do vento em seu rosto. Esticou o braço para pegar a coberta que Alya havia deixado para ele, caso sentisse frio. Normalmente as noites eram quentes, mas estavam no meio de uma floresta, rodeados por árvores, que faziam o clima ficar um pouco mais gélido. Ele se enrolou na coberta, e o Kwami aproveitou e se deitou no ombro de seu portador, se cobrindo com a coberta quentinha.

-Você acha que ela vai demorar muito? - questionou ele.

-Não sei, mas até lá, tenta relaxar um pouco.

-É mais fácil falar do que fazer.

Na manhã seguinte, após o café da manhã, Adrien saiu sorrateiramente e foi até o chalé de Marinette. Ao chegar, ele pulou do cavalo e correu até a porta. Bateu três vezes, e nada, bateu mais algumas vezes e chamou pelo nome dela, mas não teve resposta. Ele rodou a maçaneta e entrou. A casa estava vazia, assim como ele havia deixado, no dia anterior. Ele subiu as escadas até o quarto dela, que estava com a porta aberta, e encostado no batente, observou cada detalhe do cômodo.

Uma pequena cômoda branca, de seis gavetas e uma pequena portinha. Sobre a mesma, tinha algumas coisas, como perfume, maquiagem, pentes, espelhos e três tipos de perucas platinadas, que deixou a mente de Adrien confusa. Também havia um grande tapete peludo preto, que decorava o centro do quarto. Ao lado da cama, uma pequena mesinha, onde apenas um abajur e dois livros ficavam o decorando. Do outro lado do quarto, uma estante repleta de livros, e um baú, trancado com um cadeado.

Ele inspirou, sentindo o perfume dela, que permanecia no ambiente, mesmo após quatro dias. Adrien fechou os olhos e instantaneamente, a imagem dela apareceu. Seus olhos, seus lábios, seu delicado nariz, cada detalhe, cada linha de expressão, que fazia dela, ela mesma. Ele sorriu e voltou a abrir os olhos, na esperança dela estar na sua frente. Mas não foi o que aconteceu.

Entre Máscaras e ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora