Corvo
Cheguei em Érebos dois dias depois com uma recepção espalhafatosa. Juh e Isa encheram bexigas pretas e espalharam pelo corredor do palácio. Dona Galanis preparara um bolo de nozes de boas-vindas. O qual não recusei um pedaço.— É bom ter você aqui de volta, senhor Damon — dissera a empregada.
— É bom voltar. — Larguei as malas no chão e me sentei no sofá da sala de estar para comer o bolo. As meninas e os empregados se aproximaram para me ouvir falar depois que digeri tudo. — Juliana já deve ter os alertado que as acusações sobre mim foram retiradas. Foi por muito pouco que tudo não foi pros ares e vocês sabem que talvez essa não tenha sido a última vez que a polícia bateu em nossa porta. Imagino o quão pressionado vocês foram para me entregar e sou extremamente grato por terem se mantido fiéis.
— Você não está sozinho. Nunca esteve — disse Isa e os empregados concordaram
— Eu os recompensarei, não apenas com dinheiro. Serei eternamente grato e darei o meu sangue para protegê-los de quaisquer coisas. — Alguns membros de Érebos chegaram enquanto as palavras me escapavam à boca: — E aos que me traíram, desses me vingarei.
Recebi alguns aplausos após o rápido discurso e tão logo comecei a relaxar, os problemas apareceram.
— Podemos conversar na sala de reunião? — perguntou um dos caras.
Acenei com a cabeça para dona Galanis e ela acompanhou os gêmeos escada acima para lhes apresentar os quartos.
Deixei o prato de sobremesa na mesa e me levantei.
Os homens me seguiram até a sala de reunião. Estava um pouco revirada, cadeiras derrubadas, copos de plástico pelo chão, a mesa de vidro parecia engordurada...Eu não culpava os empregados por não terem dado conta de uma casa daquele tamanho em tão pouco tempo. Eu os notificara da minha volta poucas horas antes do meu último avião pousar.
Ergui a minha cadeira e me sentei na quina da mesa, indicando os lugares vazios para os outros.
— Posso ouvi-los agora — declarei.
Sentaram-se com expressões indecifráveis. Deviam estar cheios de indagações.
— Como nos livrou dessa? — questionou um deles.
— A grosso modo, suborno, como faz qualquer outro filho da puta cheio da grana.
— Pensei que eles não aceitassem o seu suborno, visto que o pessoal da narcótico o odeia.
— A verdade é que o caso deles era fraco demais e viram que não conseguiriam mantê-lo. Dionísio foi o dono daqui por anos e faz pouquíssimos meses que assumi Érebos. Se eu alegasse que não sabia das drogas levantaria questionamentos que talvez eles não conseguissem responder. Entre dinheiro e longos dias tentando defender uma acusação sem fundamento... — os deixei a ver navios.
— E o corpo que encontraram? — Adônis questionou.
— Um corpo baleado pelo calibre mais comum não me torna suspeito, por outro lado, o cadáver ter sido encontrado em decomposição no quintal da casa onde durmo, sim. André e Théo tentaram me sabotar, sabotar a todos nós, eu apenas devolvi o favor. — Eu definitivamente não admitiria para ninguém que fora Farah e seu pai quem cuidaram de tudo enquanto eu com unhas e dentes, protegia a cidade deles. No final, foi uma troca. Eu ajudei a salvar o território deles e eles fizeram o mesmo por mim.
Justo.
Toda oportunidade de me passar por esperto, eu usurparia. Viver entre criminosos, e ser o líder deles, exigia um sangue frio em minhas veias. Qualquer minucioso sinal de fraqueza e eu seria atropelado por aqueles que diziam servir a mim.
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O Corvo das Ilhas Gregas (DEGUSTAÇÃO)
Roman d'amourATENÇÃO: ESSE NÃO É O MESMO ARQUIVO QUE ESTÁ NA AMAZON. Houve alterações no livro para a venda dele na plataforma. Livro completo na Amazon Série: Escoceses Livro III Sinopse: Ele era ruim. Ela era duas vezes pior. Ele achava que o mundo estav...