Não se apegue....

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Meredith Pov

_ Então vamos Schimidt pra última consulta!
_ Esse quarto aqui Dra Grey.

Entramos no quarto da garotinha, ela estava dormindo, tão serena, não dá pra imaginar um ser tão pequeno assim, estar passando por tudo isso. Indo de médico em médico sempre com a mesma resposta, é inoperável, não tem cura. Pra conseguir atendê-la, chamei Amélia pra ficar comigo, pra mim ainda não é fácil.

_ Schimidt, apresente o caso.
_ Essa é a pequena Giovanna, está com Meduloblastoma em nível 3, avançando rapidamente. Ela tem 3 anos e está aqui pra fazer parte do estudo da Dra Grey.
Esse tipo de tumor, não se encaixa no Tumor Asa de Borboleta, mais ela entrou no estudo por conta da impossibilidade da retirada dele, um caso raro.

_ Mer, você quer mesmo ficar com esse caso.? Eu posso.... - Amélia disse e eu a interrompi
_ Nós duas vamos ficar com o caso Amélia, e não toque nesse assunto outra vez. - Disse ríspida.
_ Tá bom. Não tá aqui mais quem falou. - Amélia se deu por derrotada.

A menina é linda, os cabelos castanhos, pele branquinha, parecia uma boneca, senti meu coração se quebrar, a dor era quase insuportável, mais eu estava ali por profissão e não por sentimentos.

_ Ela está sozinha? Não tem ninguém com ela? - Amélia perguntou.
_ Dra Shepherd, ela está com o pai. Ele teve que sair pra resolver uma emergência, e me deixou responsável por ela. - Schimidt se apressou em dizer.
_ Então leve ela para a sala de exames, faça todos os solicitados para o estudo, e me avise quando o resultado sair.
_ Tá certo Dra Grey.

Sai do quarto com a Amélia, e vi que ela queria tocar no assunto.

_ Amélia, eu tô bem. Sério! A gente vai fazer o nosso trabalho e salvar aquela garotinha. - lhe disse.
_ Eu nem falei nada Mer. - disse erguendo as mãos como se estivesse se rendendo.
_ Eu sei que não disse. Mais pensou.
_ Você sabe que eu não vou te deixar sozinha né, sei que pode ser difícil pra você.
_ Eu sei e agradeço Amélia. Mais eu tô bem, eu tô realmente bem.

Nós separamos, cada uma foi pra um lado, e eu fui ao banheiro, precisava de um tempo, precisava ficar sozinha.
Lavei meu rosto com água gelada, mais não conseguia enganar ninguém com esse olhar de dor que eu sentia. As vezes o passado pesa, e isso é altamente doloroso.

Meu pager apita, estou sendo chamada na emergência.

_ O que temos? - Cheguei perguntando.
_ Rapaz de uns 30 anos, estava de moto quando uma carreta entrou na contramão e o atingiu de frente, traumatismo craniano evidente, e suspeita de morte cerebral, não responde a nenhum estímulo. - Dra Wilson me explicou.

Faço todos os testes necessários e constato realmente morte cerebral. Um rapaz tão bonito, na melhor parte da vida, talvez tenha família, filhos e agora está aqui, sem vida.

_ Verifique se ele é doador de órgãos Dra Wilson, e comunique a chefe.
_ Ok Dra Grey.

Sai da sala da emergência, já não havia mais nada a ser feito por aqui, então vou ao staff, preciso de um café.

_ Oi Mer! - meu pai entrou na sala do staff
_ Oi pai! Você não está com uma cara boa, o que aconteceu? - perguntei enquanto ele se sentava ao meu lado no sofá.
_ Eu acabei de perder um paciente na mesa de cirurgia, ele era um paciente antigo. Me sinto péssimo. - falou jogando a cabeça pra trás se encostando no sofá.
_ Eu também acabei de constatar a morte cerebral em um rapaz, tão jovem, acidente de moto. - disse tentando confortá-lo.
_ Não está fácil esses dias, muitos acidentes por conta da neve que começou a cair sobre Seattle.
_ É verdade.

Meu pager toca, e é o Schimidt. Emergência no quarto 1565. Quarto da Geovana.

_ Pai, tenho que ir, emergência com uma paciente do estudo.
_ Vai lá filha.

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