O que está acontecendo?

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Andrew Pov.

Minha vida não poderia estar mais complicada, eu não sei o que fazer ou como agir. Minha mulher, morreu no parto da Giovanna, e eu a criei sozinho, apenas com ajuda da minha família, que no caso é a Carina minha irmã, meu pai e minha avó.

Geovanna sempre foi uma menina saudável, alegre, não teve problemas de saúde nos dois primeiros anos de vida, esperta, muito falante o que é normal para uma descendente de italiana, e também pelo convívio com minha família. Porém quando completou três anos, parece que tudo o que era bom foi se perdendo, ela não era mais a mesma menina, ficava quietinha no seu canto, evitava brincar, de início pensamos que fosse birra de infância, mais tudo mudou quando ela começou a cair sem motivo, ela parecia ter dificuldade em se equilibrar. Me desesperei, afinal ela adorava correr pela casa e agora mal se levantava e já sentava pelo chão.

A levei ao médico, e depois de variados exames tive a pior notícia da minha vida, minha filha, a minha bebê, tinha um tumor agressivo, que se espalharia muito rápido, e que era o tumor que estava fazendo com que ela perdesse as forças das perninhas.

Eu fiquei em Pânico, queria sair pela rua gritando, o porquê eu tinha que passar por isso! Já não bastasse a vida ter me tirado a Sam, agora estava querendo a minha menina?

Conversei com meu pai, e com a Carina, ela é médica e me indicou os melhores Neuro da Itália, Peguei minha menina e saí de casa pra tentar achar uma pessoa que pudesse arrancar esse tumor e acabar com esse pesadelo.

Vários médicos, exames exaustivos, indo e vindo de hospitais e clínicas, todos sem sucesso. Depois das consultas eu só ouvia uma resposta: É INOPERÁVEL, SINTO MUITO.

Como sente muito? É a minha filha. Tem que ter solução! Eu preciso que tenha solução, preciso dela pra poder continuar vivendo.

Voltamos pra casa, depois da última consulta, da última esperança, eu só queria chorar, nada podia ficar pior, eu vi minha bambina parar  de andar dia por dia, eu sabia que era o tumor avançando por sua coluna. Eu estava perdendo as esperanças.

Quando cheguei em casa, Carina me esperava com um olhar estranho, parecia que estava me escondendo algo. Levei Geovanna pro seu quarto, troquei sua roupa, e á coloquei pra dormir. Tomei um banho rápido, na esperança de me aliviar daquela dor por um momento, e desci até a cozinha onde Carina me esperava apreensiva.

_ Carina tá tudo bem? - perguntei
_ Eu que tinha que te perguntar isso Andrea. - ela disse colocando um pouco de chá na xícara que tinha em mãos.
_ Mais você me parece estranha. Onde está o papai e nonna? - achei estranho, eles não estarem em casa aquela hora.
_ Andrea, a nonna passou mal hoje a tarde, e teve uma parada cardíaca, o papai está com ela no hospital, ela não está nada bem! - ela disse já chorando.
_ O QUE? - gritei - A vida só pode estar de brincadeira comigo. Eu vou até lá. Preciso ver como ela está. - já ia saindo da cozinha, quando a Carina entrou na frente e me segurou pelos braços.
_ Você não vai a lugar nenhum. Não tem nada que possamos fazer, e você tá exausto, precisa descansar Andrea.
_ Carina, é a nonna, eu não posso acreditar. Tá tudo dando errado. - e me permiti chorar.

Carina me guiou até o sofá, sentou se ao meu lado e ali ficamos juntos, choramos, deixei toda a agonia, dor e desespero sair de mim naquele momento, o mundo parecia não existir, eu não podia acreditar.

Nonna foi basicamente minha mãe, ela cuidou de mim e da Carina quando nossa mãe Antonella faleceu, eu tinha 16 anos e Carina tinha 20, então a nonna veio morar com a gente depois disso. Somos muito apegados, e ela também é muito apegada a minha Geovanna. Ela que cuida e faz papel de mãe pra minha bambina. Não pode acontecer nada com ela, eu preciso dela.

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Dois dias se passaram e a nonna estava um pouco melhor, o que para os médicos era quase milagre, por conta da sua idade. Eu fui ao hospital visitá-la duas vezes, me sentia um pouco melhor, mais ainda assim estava em desespero, sabendo que o tumor da Geovanna avançava cada dia mais.

Estava em casa com a Geovanna vendo um filme, ou melhor, vendo Frozen pela centésima vez, quando meu celular tocou.

_ Carina!
_ Andrea, onde você está? - ela perguntou apressada.
_ Tô em casa, aconteceu alguma coisa com a nonna? - me desesperei
_ Não Andrea, ela está bem. - soltei o ar que estava prendendo - preciso te mostrar uma coisa. Me espere aí, estou chegando.
_ Me mostrar o que Carina? - perguntei.
_ Eu já chego aí. Tchau. - e ela desligou.

O que será que ela queria me mostrar que não dava nem pra esperar o seu plantão terminar?
Continuei vendo o filme com a Geovanna até que ela dormiu, a peguei no colo e levei ela pro seu quarto. Os remédios que ela tem que tomar pra dor dão muito sono. Fiquei no quarto um tempo, olhando minha filha dormir, não dava pra acreditar o quanto ela estava sofrendo e o quanto ainda ia sofrer. É injusto com uma criança.

Ouvi a porta se abrir, e desci pra sala. Era a Carina.

_ Carina, o que fez você vir em casa antes do plantão? - perguntei me aproximando
_ Andrea, eu trouxe a solução, eu descobri como ajudar a Geovanna. - ela disse, me entregando uns papéis.
_ O que é isso? - comecei a folear.
_ Eu descobri essa médica em Seattle, uma das melhores Neuro dos EUA, ela está com um estudo avançado sobre tumores Inoperáveis. - ela me falava sorrindo - _ A Giovanna não se encaixa perfeitamente no tipo de tumor que ela estuda, mais o grau de dificuldade, fez com que aceitassem ela no estudo Andrea.
_ Como assim Carina? Você já conseguiu colocar ela nesse estudo?
_ Sim! Eu sei que aqui não tem mais nada que possa ser feito por ela, então não tem porque não tentar esse tratamento em Seattle.
_ Carina, eu vou ter que mudar de país. Olha o que tá escrito aqui, depois que começar no estudo tem que ficar próximo ao hospital durante um ano pra acompanhamento. - eu disse sem acreditar no que lia.
_ Mais Andrea, pode ser a chance da nossa bambina. E você sabe, papai tem um ótimo apartamento lá, vai dar tudo certo. - ela dizia passando a mão pelo meu ombro.
_Então eu vou Carina, pela minha filha. Por ela eu cruzo o mundo.

Depois de decidir que iria pra Seattle atrás do tal estudo que poderia salvar a vida da minha filha eu tinha apenas 36 horas para estar em Seattle e dar entrada no hospital com a Geovanna. Foi uma total correria, por sorte Carina me ajudou com tudo, providenciando as passagens, ligou pro condomínio onde meu pai tem um apartamento lá e pediu pra que deixassem tudo pronto pra gente, me ajudou com as coisas da Giovanna e também com as minhas.
Depois de tudo pronto, fui até o hospital, precisava me despedir da nonna e do meu pai, afinal se desse tudo certo lá em Seattle eu não sabia quando eu voltaria a velos de novo.
Assim que me despedi dos dois, voltei pra casa, tomei um banho, arrumei minha filha com a ajuda da Carina, peguei tudo e fomos pro aeroporto.

_ Andrea, vai dar tudo certo! - Carinha tentava me acalmar.
_ Eu quero que dê certo, mais e se não der? Eu não vou suportar Carina.
_ Eu sei que você vai, você é forte Andrea. Cuide dela que eu cuido das coisas aqui.
_ E o meu trabalho? Não tive tempo de arrumar nada! - disse em Pânico.
_ Deixa que eu converso com o Finn, ele vai entender, e vai te indicar pra um novo emprego em Seattle.
_ Obrigado Carina! Eu não sei o que seria de mim sem você. - estava chorando.

Ela se aproximou da Geovanna

_ Gê, a tia vai ficar aqui mais logo vai te visitar lá tá bem? - ela fazia carinho no seu rosto.
_ Promete tia?
_ Eu prometo meu amor. Lá tem uma médica que vai te ajudar e vai ser muito boazinha com você.
_ Eu amo você tia. - ela disse e eu não aguentei, chorei junto com a Carina.

Por mais que tentávamos ser fortes, o pensamento que talvez aquela fosse a última vez que as duas iam se ver estava me matando.

Depois de muitos abraços e promessas de que um vai visitar o outro, o vôo pra Seattle é chamado. Peguei a Geovanna que estava no colo da Carina, e fui pro portão de embarque.
Entrei no avião deixando minha família ali, e levando a minha vida comigo. Espero que essa médica seja realmente boa, e que salve a minha bambina.















Mais um capítulo. 💕

Meninas não vou fazer do Andrew um assassino ok? Kkkk

Estou feliz que estejam gostando. ❤️

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