Você Acredita em Destino?

Idiota.

Andrew Pov

Já faz dois dias que a Mer não vem trabalhar, tô realmente preocupado. Não tenho pra quem perguntar, e o tempo aqui nesse hospital não passa.
Já está amanhecendo, eu tô ficando exausto de dormir nessa poltrona, por sorte e o que me dá forças é ver a Geovanna reagir bem aos medicamentos, isso indica que logo ela poderá fazer a cirurgia.

Gê acordou, tomou café, hoje ela está mais alegre, ela ficou muito tristinha com a história da nonna, e fica me perguntando se a Dra Grey vai vir. Eu realmente queria poder dar respostas a ela, afinal também quero que ela venha, mais é impossível.

Depois de ajudar a Gê a tomar um banho, e tomar seu café da manhã, que uma enfermeira, gentil até de mais pro meu gosto trouxe, deixei ela ali vendo um desenho na TV e entrei no banheiro. Preciso lavar o rosto pra tentar despertar.

Lavei o rosto, escovei os dentes, quando eu ia saindo ouvi vozes no quarto, fiquei na porta tentando ouvir. É a Mer, ela veio.

Ouvi toda a conversa das duas, realmente a Gê tem um carinho diferente com a Mer até pra conversar, fico feliz por isso.

Meu coração quase saiu pela boca quando eu ouvi ela perguntar por mim, num impulso e como se uma força da natureza me empurrasse eu abri a porta.

_ Eu tô aqui Mer!

Ela me olhou apressada, queria saber se ela me reconhecia. Seus olhos se iluminaram, como ela é linda. Senti meu ar acabar, meu coração parar, quando ela falou meu nome.

_ Andy!

Andy? Ela se lembra, ela sabe quem sou. O que eu faço agora? O que eu falo? Eu tô parado olhando pra ela depois de duas décadas e não sei como agir. Quero me bater por isso.

Por um momento pensei que fosse sonho, mais acordei quando senti seus braços passando por meu pescoço, me puxando pra um abraço, o melhor que alguém já me deu, seu cheiro de morango, por Deus, minha Mer está de novo comigo. Retribui o abraço, a apertando contra mim, como se aquilo fosse a coisa mais importante da minha vida, e era, ela sempre foi importante pra mim. Soltei o ar que prendia quando ouvi ela falar.

_ Senti tanto a sua falta Andy!

Sem nos soltarmos daquele abraço, eu acariciei seus cabelos, como eles são macios, isso com certeza não mudou.

_ Eu também senti sua falta Mer, o tempo todo!

Depois de alguns longos segundos ali, nos soltamos, eu a segurei pela cintura, vi uma lágrima descer pelo seu rosto, e como se fosse a coisa mais normal do mundo eu levei minha mão pra enxuga-la. Ela fechou os olhos, como se necessitasse do meu toque, me senti um bobo, vendo ela tão linda, ali na minha frente. Senti vontade de beija-la. Mais retirei esse pensamento rapidamente, não sei nada sobre ela, ela pode ser casada, noiva ou namorada de alguém, e eu não a culpo, ela é linda, bem sucedida deve ter tudo o que quer.

_ Andy, você se lembra de mim? - ela perguntou olhando bem nos meus olhos.

_ Não me esqueceria de você nem que se passasse 100 anos Mer. - fiz carinho no seu rosto.

_ Eu senti tanto sua falta Andy! Me perguntei todos esses anos se um dia voltaria a ver você! - ela disse tentando segurar o choro.

_ Eu também Mer. Eu também! - respirei fundo. - _ Por favor Mer, não chore. Não gosto de ver você chorar. Lembra?

Perguntei a ela, lembrando da nossa vida no orfanato, sempre que ela chorava eu aparecia e proibia ela de chorar, não gostava de ver ela chorando, eu gostava só do seu sorriso, mesmo com uma janelinha, eu achava a coisa mais linda do mundo.